
A projeção do titular da pasta, dr. Cabeto, é ter 800 leitos
até junho deste ano. Secretária executiva de Vigilância e Regulação da
Sesa, Magda Almeida explica que o Estado ainda não recebeu todos os
respiradores comprados para abrir os leitos restantes.
Nessa quarta, 15, a pasta havia informado que a taxa de ocupação dos leitos de UTI destinados para Covid-19 no Ceará chegava a apenas 31%. A
plataforma IntegraSUS mostra que, no Hospital Leonardo Da Vinci, dos 28
leitos de UTI dois estão vagos, com atualização às 12h16min desta
quinta. A taxa de ocupação total dos leitos, incluindo as UTIs e
clínicas médicas da unidade hospitalar, é de 62,5%.
"Os números (de casos) podem estar crescendo mais
devagar, mas a pressão assistencial já é grande pelo fato de não
conseguir abrir os leitos. Está no limite", avalia a secretária
executiva. O Ceará tem 2.386 casos confirmados do novo coronavírus e 124
mortes - taxa de letalidade é de 5,2%, conforme atualização às 9h50min
de hoje.
Para chegar na confirmação desses mais de dois mil
casos, a Secretaria precisou fazer o sistema de integração de vigilância
laboratorial. "Não pegamos só os números notificados no Ministério da
Saúde. Pegamos resultado de laboratório, direto da base das redes
pública e privada", explica. "Acompanhando apenas pelo Ministério,
estaríamos ainda em cerca de mil notificações".
A Sesa divulgou estudo
que compara os dados de óbitos do Ceará e do Brasil com países onde
pandemia do coronavírus atingiu picos elevados de morte. A projeção
indica mais de 250 óbitos por dia no Estado a partir de 5 de maio. O cenário é uma probabilidade caso a disseminação da doença evolua como em países em estado avançado da infecção.
A projeção mostra que o Ceará pode chegar a 1.576
óbitos no dia 4 de maio próximo se a progressão for semelhante a dos
Estados Unidos, por exemplo. No dia 5, pode chegar a 1.865. A diferença é
de 279 óbitos por dia. Comparando com o modelo da Itália, serão 1.672
óbitos em 4 de maio e 1.939 óbitos no dia seguinte. Nesse estudo, a
diferença é de 266 pessoas mortas entre os dois dias.
Esses, no entanto, são os piores cenários. Magda
Almeida explica que para chegar nessas possibilidades, é realizada
projeção em machine learning a partir do número de casos. "Fazemos uma
avaliação da ocupação dos leitos e enfermarias usando número real, que
pode ser o número que existe hoje ou de UTIs que serão abertas",
explica. Isolamento social e medidas de restrição de mobilidade são
essenciais para que a contaminação seja mais lenta.