quinta-feira, 9 de abril de 2020

"Eu nunca ouvi falar de político prescrever remédio", critica Ciro Gomes em entrevista

 
"Eu nunca ouvi falar de político prescrever remédio", critica Ciro Gomes em entrevista
O ex-presidenciável Ciro Gomes criticou em entrevista nesta quinta-feira, 9, o discurso a favor do uso de cloroquina de Jair Bolsonaro. De acordo com o cearense, não é papel de políticos recomendar o uso de remédios. “A gente que é leigo que saia da discussão”, diz.

“Eu acho isso um sintoma de estupidez. Eu nunca ouvi falar de político prescrever remédio. Estamos chegando ao limite da estupidez que revela não mais despreparo, mas uma irresponsabilidade assassina. Temos que, nas horas críticas, recorrer a especialistas. Ele é um despreparado patológico”, acusa Ciro.
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Para Ciro, o pronunciamento de Bolsonaro transmitido em rede nacional na noite dessa quarta-feira, 8, apenas demonstra que o presidente “não está preocupado com a morte”. Ele ainda reforça que as pessoas que precisam da cloroquina para tratar doenças autoimunes não conseguem mais comprar o remédio, “pois há uma automedicação prejudicial”.

O político também reclama de defesas do isolamento vertical por parte do presidente e a ameaça de demitir o ministro da Saúde, Mandetta. “As pessoas vão morrer sem fôlego. É uma morte horrorosa, e o Bolsonaro fica relativizando os dados. Essa baboseira de manutenção de um ministro, não tá na hora de trocar por um terraplanista para se oferecer o que Bolsonaro fala”, conclui.

Economia

Ciro Gomes defendeu, ainda em entrevista, que a crise econômica brasileira não se deve ao coronavírus. Segundo ele, a economia já estava vivendo a pior década devido ao colapso no consumo das famílias, pelo desemprego e pela redução da renda.

"Só a cabeça do Paulo Guedes parou de ler [o cenário socioeconômico] nos anos 80”, dispara. Ainda assim, Ciro elogia as medidas de auxílio emergencial de R$ 600 e R$ 1.2 mil.