A Terra foi uma testemunha privilegiada da jornada de um asteroide gigante nesta quarta-feira (29/04).
O corpo celeste, de cerca de 2 quilômetros de largura, passou a uma distância que os astrônomos definem como "aproximação".
O asteroide OR2 1998 passou a cerca de 6,3 milhões de quilômetros do
nosso planeta. Isso é mais de 16 vezes a distância que nos separa da
Lua.
Mas, apesar do fato de a Nasa, agência espacial americana, ter alertado
que o asteroide não representaria um risco para a Terra, os astrônomos o
classificaram como "potencialmente perigoso".
Por que é considerado perigoso se passou tão longe?
O asteroide 1998 OR2 passou a uma distância 16 vezes maior que a entre a Lua e a Terra
A importância do rastreamento
O perigo potencial, segundo a Nasa, tem mais a ver com o que ele pode se tornar no futuro.
"O asteroide 1998 é classificado como 'potencialmente perigoso' porque,
ao longo de um milênio, qualquer pequena variação em sua órbita pode
criar mais perigo para a Terra do que representa agora", explicou a
agência espacial em um comunicado.
Por isso, é importante para os astrônomos rastrear o asteroide durante sua aproximação à Terra.
"Usando telescópios e radares, observar as mudanças no asteroide nos
permite avaliar melhor seu perigo a longo prazo", diz o comunicado.
Segundo a Nasa, quase todos os asteroides próximos à Terra, de tamanho semelhante ou maior, já foram descobertos, rastreados e catalogados
Perigo futuro?
O asteroide 1998 OR2 foi descoberto em 1998 e os astrônomos o rastreiam desde então.
"Como resultado, avaliamos sua trajetória com muita precisão e podemos
dizer com segurança que este asteroide não tem chance de causar impacto
nos próximos 200 anos", diz a Nasa.
Segundo a agência espacial, a próxima aproximação ocorrerá em 2079 e o
tornará muito mais próximo: cerca de 4 vezes a distância da Terra à Lua.
Os astrônomos aproveitaram a aproximação do asteroide para observá-lo com mais detalhes.
Observar grandes asteroides é mais fácil do que observar pequenos
asteroides, porque eles refletem mais luz e podem ser melhor detectados
por um telescópio.
Segundo a Nasa, quase todos os asteroides próximos à Terra, de tamanho
semelhante ou maior, já foram descobertos, rastreados e catalogados.
"É extremamente improvável que um desses grandes asteroides possa
impactar a Terra no próximo século, mas continuam os esforços para
descobrir asteroides que podem representar perigo futuro", diz a Nasa.
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