
A pesquisa, realizada a partir de estatísticas de admissões de
pacientes com a doença, foi publicada na plataforma científica MedRxiv, e
ainda não foi revisada.
Especialistas destacam, contudo, que mais estudos aprofundados são
necessários e que essas constatações preliminares não invalidam a
necessidade de se tomarem medidas para frear o contágio do vírus, que já
infectou mais de 200 mil pessoas em todo o mundo e deixou cerca de 9
mil mortos até agora.
Os pesquisadores chineses descobriram que pacientes com sangue tipo A
tinham uma taxa "significativamente maior" de infecção e pareciam
desenvolver sintomas mais graves do vírus.
De todos os tipos sanguíneos, o tipo O parecia ter o menor risco de
infecção. Segundo o estudo, 85 dos 206 pacientes que morreram de
covid-19 em Wuhan, epicentro do surto, tinham sangue tipo A, uma taxa
63% superior aos do tipo O.
O mesmo padrão foi encontrado em diferentes grupos etários e de gênero.
O estudo sugeriu que a maior suscetibilidade das pessoas com sangue
tipo A poderia estar ligada à presença de anticorpos naturais no sangue,
porém, mais estudos são necessários para comprovar essa associação.
A pesquisa levou em conta estatísticas demográficas para chegar a tais
conclusões, como o porcentual de pessoas de diferentes tipos sanguíneos
em Wuhan.
Embora os pesquisadores tenham reconhecido que suas descobertas eram
preliminares, eles pediram a governos e autoridades médicas que
considerassem os diferentes tipos sanguíneos ao tratar pacientes
infectados.
Responsável pelo estudo, Wang Xinghuan disse que as pessoas com sangue
tipo A podem precisar de "proteção pessoal especialmente reforçada" para
reduzir suas chances de infecção, e aqueles já infectados, portadores
desse tipo específico de sangue, necessitam de "observação mais
vigilante e tratamento agressivo".
"Pode ser útil adotar a identificação da tipagem sanguínea ABO em
pacientes e equipes médicas como parte rotineira do gerenciamento de
SAR-CoV-2 e outras infecções por coronavírus, para ajudar a definir as
opções de gerenciamento e avaliar os níveis de exposição das pessoas ao
risco."
Cientistas e autoridades médicas de todo o mundo estão correndo para
tentar entender o novo coronavírus com mais profundidade e desenvolver
uma vacina.
FONTE TERRA
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