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| Foto Fabiane de Paula/SVM | 
A Justiça 
do Ceará, por meio da Vara de Auditoria Militar, decidiu soltar os 46 
policiais militares que foram presos por deserção ou por motim durante a
 paralisação dos PMs no Estado.
Do total de
 46 PMs, três foram presos ainda no 1º dia por participar de motim, 
esvaziando pneus de viaturas e os demais por deserção especial. Conforme
 nota da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará 
(SSPDS), dos 43 casos de deserção, em 38, os policiais se apresentaram 
espontaneamente. Outros cinco se apresentaram e justificaram suas 
ausências no trabalho, sendo liberados em seguida. 
A deserção 
especial é um infração contida no Código Penal Militar, no artigo 190, 
que prevê pena de detenção de até três meses. Conforme a Polícia 
Militar, os policiais militares presos foram isolados e ficaram sem 
contato com presos comuns do sistema penitenciário do Estado. A medida 
segue as regras do artigo 295 do Código de Processo Penal.
Com o fim 
do motim, o juiz entendeu que atualmente o cenário é diferente daquele 
em que chegou a converter a prisão dos 43 em preventiva, liberando nesta
 segunda-feira (2), em audiência de custódia, os três primeiros presos e
 pondo em liberdade os demais por "extensão da concessão de liberdade". 
"A prisão diante do novo cenário [fim da paralisação], se mostra 
desarrazoada. Não vislumbro outra medida cautelar com utilidade no 
presente momento, bastando a liberdade provisória, com vinculação ao 
comparecimento aos atos do processo, como suficiente", afirma na 
sentença o juiz Roberto Soares Bulcão Coutinho. "É salutar a concessão 
de liberdade, com a apuração das condutas, tanto na esfera disciplinar, 
quanto em sede criminal, sem que a prisão se revele como instrumento 
necessário e adequado para tal fim", disse. 
Fim do motim
"Anistia do
 jeito que nós queremos não vai sair". O anúncio do vereador Sargento 
Reginauro (Pros), por volta das 20h de ontem, ao grupo de policiais que 
estava amotinado há 13 dias no 18° Batalhão da Polícia Militar, no 
bairro Antônio Bezerra, foi o primeiro sinal de que o acordo estava 
próximo. Pelo voto dos que estavam presentes no local, a maioria dos 
manifestantes decidiu voltar ao trabalho, sem conquistar a principal 
demanda que foi exigida do grupo nos últimos dias: a anistia geral.
Na manhã 
desta segunda-feira, o acordo que pôs fim ao motim foi formalizado em um
 documento e assinado por representantes dos PMs e da comissão especial 
formada pelos três poderes, Ordem dos Advogados do Brasil Secção Ceará 
(OAB-CE) e Ministério Público Estadual do Ceará. 
Com informações do Diário do Nordeste.
 
