
"Eu disse que Carlos não sabia amar, era nutrido por
ódio o tempo inteiro. Ninguém o ensinou a amar. Ele não aprendeu", disse
Bebianno ao jornal paulista. Segundo ele, cópias da carta foram
entregues para o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni (à época chefe da
Casa Civil), ao general Maynard Santa Rosa, então chefe da Secretaria
de Assuntos Estratégicos (SAE) e para o ator Carlos Vereza, próximo de
Bolsonaro durante a campanha.
Em entrevista ao programa Roda Viva, há onze dias,
Bebianno voltou a criticar Carlos Bolsonaro, acusando o filho do
presidente de ter montado uma "Abin paralela" dentro do Palácio do
Planalto, para espionar e atacar aliados. A acusação é rejeitada pelo
filho do presidente, vereador do Rio de Janeiro pelo PSL.
"Eu sou muito sensível. Eu sinto a energia das pessoas.
Não posso ter me enganado tanto. Eu só enxergava uma pessoa de bom
coração, sincera. Acho que ele (Bolsonaro) é assim, mas todo mundo tem
luzes e sombras. Eu conheci o pior lado também", disse o ex-ministro.
Neste sábado, Carlos Vereza afirmou que deverá
encaminhar a cópia que recebeu da carta a Bolsonaro para a viúva do
ex-ministro, a advogada Renata Bebianno. "Ela que deve decidir o que
fazer com a carta", disse o ator ao jornal O Globo.
Pré-candidato a prefeito do Rio pelo PSDB, Bebianno
tentava se colocar como alternativa a uma possível polarização entre
Marcelo Crivella (PRB) e Marcelo Freixo (Psol). O lançamento formal da
pré-candidatura estava marcado para 4 de abril, com presença de João
Doria.