Idosos e trabalhadores da saúde serão imunizados contra gripe a partir do dia 23
Rovena Rosa/Agência Brasil
O Ministério da Saúde inicia nesta segunda-feira (23) a campanha nacional de vacinação contra a gripe.
Nesta primeira etapa, os públicos prioritários são idosos e
trabalhadores da saúde. Serão realizadas mais duas etapas em outras
datas e para públicos diferentes, alcançando cerca de 67,6 milhões de
pessoas em todo o país.
A meta é vacinar, pelo menos, 90% de cada um desses grupos até 22 de
maio. Para isso, foram adquiridas 75 milhões de doses da vacina, que já
estão sendo enviadas aos estados. O dia "D" de mobilização nacional para
a vacinação acontece em 9 de maio (sábado). Nesta data, os 41 mil
postos de saúde ficarão abertos para atender todos os grupos
prioritários.
Neste ano, o Ministério da Saúde mudou o início da campanha, de abril
para março, para proteger de forma antecipada os públicos prioritários
contra os vírus mais comuns da gripe. A vacina contra influenza não tem
eficácia contra o coronavírus, porém, neste momento, irá auxiliar os
profissionais de saúde na exclusão do diagnóstico para coronavírus, já
que os sintomas são parecidos.
A antecipação serve também para reduzir a procura por serviços de
saúde. Estudos e dados apontam que casos mais graves de infecção por
coronavírus têm sido registrados em pessoas acima de 60 anos, grupo que
corresponde a 20,8 milhões de pessoas no Brasil. Por isso, a primeira
etapa da campanha contempla esse público.
A segunda etapa terá início no dia 16 de abril com objetivo de vacinar
doentes crônicos, professores (rede pública e privada) e profissionais
das forças de segurança e salvamento. A última fase, que começa em 9 de
maio, serão priorizadas crianças de 6 meses a menores de 6 anos, pessoas
com 55 a 59 anos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto),
pessoas com deficiência, povos indígenas, funcionários do sistema
prisional, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas
socioeducativas e população privada de liberdade.
Para viabilizar a campanha, o Ministério da Saúde investiu R$ 1 bilhão
na aquisição da vacina. Até o momento, a pasta enviou aos estados 15
milhões de doses e mais 4 milhões serão distribuídas até o final de
março. A vacina, composta por vírus inativado, é trivalente e protege
contra os três vírus que mais circularam no hemisfério sul em 2019:
Influenza A (H1N1), Influenza B e Influenza A (H3N2).
Casos de influenza no Brasil
O Ministério da Saúde mantém a vigilância da influenza no Brasil por
meio da vigilância sentinela de Síndrome Gripal (SG) e de Síndrome
Respiratória Aguda Grave (SRAG) em pacientes hospitalizados. São 114
unidades distribuídas em todas as regiões do país e tem como objetivo
principal identificar os vírus respiratórios circulantes, permitir o
monitoramento da demanda de atendimento dos casos hospitalizados e
óbitos.
Em 2020, até 14 de março, foram registrados 165 casos e 13 óbitos por
Influenza A (H1N1), 139 casos e 14 óbitos por Influenza B e 16 casos e 2
óbitos por Influenza A (H3N2). O estado de São Paulo concentra o maior
número de casos de H1N1, com 42 casos e 2 óbitos. Em seguida, estão a
Bahia (40 casos e 3 óbitos) e o Paraná (20 casos e 5 óbitos). No ano
passado, o país registrou 5.800 casos e 1.122 óbitos pelos três tipos de
influenza.