
A confirmação nesta quinta-feira 18 de que o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre,
contraíram o novo coronavírus torna o Brasil o segundo país com mais
casos da doença na alta cúpula do governo. Com 13 confirmados, fica
atrás apenas do Irã, que tem 24 autoridades enfermas.
A maioria destes casos no Brasil está relacionada à comitiva do presidente Jair Bolsonaro, que viajou aos Estados Unidos no início de março. No sábado 7, o líder americano, Donald Trump,
recebeu o brasileiro e sua delegação em Mar-a-Lago, sua residência na
Flórida. O vetor teria sido o secretário especial de Comunicação Social
do Planalto, Fábio Wajngarten, o primeiro a submeter-se a exame e
constatar a contaminação.
O presidente Jair Bolsonaro realizou os testes duas vezes desde essa
viagem – ambos com resultados negativos. Um de seus principais
colaboradores, o general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de
Segurança Institucional, é um dos contaminados. O secretário especial de
Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia,
Marcos Tryjo, e o embaixador do Brasil em Washignton, Nestor Forster,
estão igualmente nessa lista.
Desta vez, Trump deu sorte: nem ele nem seus colegas mais próximos
contraíram a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, por
enquanto. Apenas o prefeito de Miami, Francis Suarez,
que também teve contato direto com a comitiva brasileira, testou
positivo. Na quarta-feira 18, a epidemia chegou ao Congresso americano.
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Os deputados Mario Diaz-Balart, republicano em seu nono mandato pela Flórida, e Ben McAdams,
democrata de Utah, informaram que haviam testado positivo para o
coronavírus, tornando-se os primeiros legisladores do país a contrair
coronavírus. Nos Estados Unidos, o número de infectados já chega a
10.822, com 172 mortes.
O vírus que ronda o aiatolá
No Irã, onde 18.407 casos foram registrados, além de 1.284 mortes, o
vírus se espalhou rapidamente entre a elite política e figuras
religiosas do país. Cerca de 8% do Parlamento testou positivo para a
doença – 24 parlamentares. Dois deles faleceram: Fatemeh Rahbar, de Teerã, e Mohammad Ali Ramezani, de Gilan.
Na segunda-feira 16, o aiatolá Hashem Bathaie Golpayenagi,
membro da Assembléia de Peritos responsável por selecionar o próximo
Líder Supremo do Irã, tornou-se a mais recente figura relevante a morrer
em decorrência da contaminação por coronavírus.
O país já é um dos mais atingidos pela pandemia, após a China e, agora, a Itália. Devido à falta de transparência do governo autoritário do líder supremo Ali Khamenei e do presidente Hassan Rohani, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o número real de mortes pode ser até cinco vezes maior no Irã.