Conforme especialista, quadra chuvosa intensa pode ter contribuído para o
aumento dos casos registrados até o último mês de junho.
Em 2018, Ceará atingiu meta de cobertura vacinal em campanhas de imunização contra meningite — Foto: JL Rosa/SVM
Fortaleza é a cidade com maior número de mortes por meningite, segundo
aponta o mais recente boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do
Estado (Sesa). Dos 22 óbitos registrados até o dia 30 de junho, 12
ocorreram na Capital cearense. O índice corresponde a 55,4% do total
anotado em todo o território cearense. Em âmbito estadual, porém, os
registros chamam ainda mais a atenção. Isso porque em igual período do
ano passado, o Ceará registrou 12 óbitos, dez a menos que o acumulado em
2019. Comparando os dois intervalos, o salto foi de 83%.
“Neste ano o período chuvoso foi muito mais intenso que o do ano passado
e isso pode ter contribuído para o aumento do casos e das mortes. A
meningite é uma doença de transmissão aérea e quando chove as pessoas
tendem a ficar em casa e bactéria se espalha mais fácil quando tem
muitas pessoas respirando o mesmo ar em um ambiente fechado, como uma
residência”, justifica a supervisora do Núcleo de Vigilância
Epidemiológica da Sesa, Sarah Queiroz.
O município de Poranga, na Região da Ibiapaba, concentra o segundo menor
índice com dois casos. Aquiraz, na Região Metropolitana, e os
municípios do interior: São Luís do Curu, Baturité, Itatira, Cruz,
Guaraciaba do Norte, Brejo Santa e Barbalha tiveram cada apenas um caso
tabulado.
Vacinação
Apesar das mortes, de acordo com o Programa Nacional de Imunizações
(PNI), do Ministério da Saúde, o Ceará conseguiu atingir a meta de
cobertura vacinal para meningite, em 2018, quando as quatro imunizações
eficazes contra a doença foram aplicadas em 100% do público-alvo.
O
Sistema Único de Saúde (SUS) fornece de forma gratuita a BCG, além da
Pentavalente, Pneumocócica 10 valente e Meningocócica. A vacinação é
ainda a principal forma de se proteger da enfermidade. Ao mesmo tempo,
explica Sarah Queiroz, manter uma alimentação equilibrada e praticar
exercícios físicos são outros importantes cuidados para evitar o
contágio. “É importante evitar ambientes com aglomeração de pessoas que
estejam com esses sintomas respiratórios, sempre que possível lavar as
mãos ou higienizá-las com álcool em gel”, acrescenta.
Por G1 CE