Entre as 35 prioridades
para os primeiros 100 dias do Governo Federal, a concessão do 13º
salário do Bolsa Família deve ser viabilizada pelo Ministério da
Cidadania no final do ano. Se fosse pago agora, no Ceará, a medida
impactaria pelo menos 1,046 milhão de famílias que recebem o benefício
com valor médio de R$ 188,10.
A maior parte dos beneficiados é do interior do Estado: são 844 mil famílias.
Por mês, o pagamento do
programa de transferência de renda custa no Estado quase R$ 197 milhões,
com recursos do orçamento da União. De acordo com o professor do
doutorado em Economia Rural da Universidade Federal do Ceará Jair
Andrade Araújo, a ampliação do programa vai beneficiar mais a população
rural e os municípios cearenses mais pobres.
“Esse programa pode
contribuir para a redução da desigualdade de renda. Como ele aumenta a
renda das famílias pelo recebimento do 13º, ele pode contribuir para a
diminuição da desigualdade de renda das famílias cearenses,
principalmente nas zonas rurais. Ele pode contribuir para dinamizar a
economia desses diferentes municípios, a medida que os indivíduos vão
demandar mais alimentos pra suprir as necessidades e o aumento da renda
em si, contribuindo para melhorar as condições de vida da população
tanto no meio urbano quanto no meio rural”, explicou o professor.
De acordo com dados do
IBGE, 4 milhões de cearenses, ou seja metade da população, vivem na
pobreza, com menos de R$ 406 por mês. Já o número de habitantes
cearenses que vivem em pobreza extrema, com menos de R$ 140 por mês,
supera 1,250 milhão.
Com as mais de 1,046
milhão de famílias recebendo o 13º do Bolsa Família, o especialista
avalia que a economia do Estado, especialmente do interior, vai ser
dinamizada, por conta da maior demanda de alimentos.
“O que se observa é que
nesses municípios que têm o percentual maior de famílias recebendo do
Bolsa Família, ocorre o aumento da demanda desses alimentos. Obviamente,
quando se aumenta a demanda por alimentos, você tem uma dinâmica
diferente no comércio nesses municípios e nessas comunidades pobres”,
explicou.
Entre outras medidas do
Governo federal que podem beneficiar o Ceará, estão a implantação de um
plano nacional de segurança hídrica e de um Centro de Testes de
Tecnologia de Dessalinização, além do estímulo à agricultura familiar.
Com informações do Tribuna do Ceará.