A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, disse ter certeza de
que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril em
Curitiba, será solto assim que o novo presidente for eleito.
Em entrevista ao jornal “Valor Econômico”,
Gleisi diz que o líder petista terá papel “preponderante” num eventual
governo Haddad, nome escolhido pelo partido para substituir Lula,
barrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na disputa pelo Palácio
do Planalto.
A senadora acredita que Haddad disputará o segundo turno com Jair Bolsonaro (PSL) e nega ter conversado com Ciro Gomes (PDT) para uma eventual aliança nessa etapa.
Questionada se Haddad, caso eleito, trabalharia por indulto a Lula, Gleisi disse que o petista não precisa de um indulto. “O
presidente Lula precisa de justiça, de um julgamento justo. Vamos
trabalhar para que isso aconteça e ele seja liberado o mais rápido
possível”, afirmou na entrevista, dizendo ainda estar certa de que Lula,
condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, só foi preso para não
participar das eleições.
A petista disse ainda que dependerá da vontade de Lula uma eventual participação formal no governo.
Sobre tornar Haddad mais conhecido, Gleisi diz que isso já está acontecendo, devido à identificação com Lula. “Haddad
tem sido um leal defensor do presidente, do seu legado, um
representante dele mesmo nessa corrida. Portanto, isso já está
acontecendo”, explicou.
Sobre um possível embate do PT com Bolsonaro, a senadora afirma que o partido não pretende atacar ninguém. “O Bolsonaro
é um candidato com quem nós vamos disputar nas ideias e nas propostas.
Quem oferece mais saídas ao povo brasileiro? É quem oferece um cesto de
armas ou um cesto de oportunidades?”, questiona.
Sobre um eventual apoio de Marina no segundo turno, ela nega conversas e critica a candidata da Rede. “Não
acredito que ela queira nos apoiar. Porque a postura dela em relação ao
Lula foi muito ruim, de dizer que Lula era culpado na entrevista que
deu no ‘Jornal Nacional’. Foi muito ruim”.