terça-feira, 17 de julho de 2018

Presidente do México reduz o próprio salário em 60%

(AP Photo/Anthony Vazquez)
Depois de recusar uma equipe especial de segurança e os voos em um avião presidencial, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, anunciou que vai reduzir seu próprio salário em 60%. Eleito nas últimas semanas, Obrador tomará posse no dia 1º de dezembro, mas já anunciou uma série de medidas para combater a corrupção.

Com a decisão, o salário do presidente mexicano passa dos 270 mil pesos, cerca de US$ 14 mil, para 108 mil pesos, US$ 5,7 mil. Com a decisão, o político deve reduzir salários de outros servidores, segundo um artigo constitucional do país que determina que ninguém no governo pode ter um salário maior do que o do presidente.

Mais medidas

Ministros que devem assumir junto com Obrador também já anunciaram que irão cortar cargos públicos, com o objetivo de reduzir as contas. A estimativa é de que desaparecem mais de 6 mil cargos de alto escalão, o que pode gerar uma economia de US$ 45,6 milhões por mês.

Outra proposta é a de redução dos salários de todos os funcionários que ganham mais de um milhão de pesos por ano, cerca de R$ 52 mil, pela metade, além de cancelar a pensão recebida por ex-presidentes, limitar as despesas de viagens de servidores e reduzir a assistência médica particular, economizando US$ 13 milhões por ano. O número de assessores por ministro também será reduzida para cinco pessoas.

O novo governo mexicano deve anunciar mudanças nas estruturas dos ministérios e também uma reforma para regular o teto salarial dos servidores públicos.

Para seguir com o que foi proposto pelo presidente eleito, o Congresso mexicano deve realizar duas reformas em caráter de urgência. A primeira é a mudança na Lei Orgânica da Administração, que quer mudar as estruturas dos ministérios e de seus cargos. A segunda é a reforma do artigo 127 da Constituição, que regula o teto salarial dos servidores públicos. A proposta dos deputados é implantar uma regra que evita que a diferença de remuneração entre chefe e funcionário passe de 12 vezes.