segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Chuva é registrada em 78 municípios cearenses

FORTALEZA Previsão da Funceme indica nebulosidade variável entre hoje e amanhã MATEUS DANTASDe sábado para domingo, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) registrou chuva em 78 dos 184 municípios cearenses. 

O maior registro ocorreu em Porteiras, na Região do Cariri, que acumulou 93 milímetros, seguido de Camocim (88mm), Caririaçu (80mm), Umari (55,2mm), Icapuí e Jati (53 mm) e Lavras da Mangabeira (52,4mm).

Em Fortaleza, que já havia registrado a maior chuva do ano de sexta para sábado passado (75 mm), foram registrados 31,6 milímetros de sábado pra domingo. Pindoretama (41 mm), Aquiraz (40 mm), Itaitinga (40 mm) e Maracanaú (37 mm) foram os locais onde mais choveu na Região Metropolitana de Fortaleza.

Segundo a Funceme, a previsão para hoje e amanhã na Capital é de nebulosidade variável com eventos de chuva no decorrer do dia.

De acordo com o meteorologista da fundação, Raul Fritz, o fenômeno que favorece a ocorrência das chuvas na Grande Fortaleza é conhecido como Brisa Terrestre. Segundo Fritz, ele é resultante de um aquecimento diferenciado entre o continente e o oceano. “O aquecimento diurno do solo em relação à água do mar cria um contraste de temperatura e pressão, gerando um vento que sopra do continente para o mar”, explica.

A Brisa Terrestre tem atuação durante todo o ano, mas nem sempre produz chuva. Nessa época, com mais umidade do ar e mais condições para formação de nuvens, o fenômeno se intensifica e interage com outros sistemas meteorológicos. Em todas as regiões do Estado, o sistema de meteorologia de atuação mais importante é a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). (Colaborou Sara Oliveira)

PARA ENTENDER A ZCIT 

A quadra chuvosa costuma ser mais intensa em março, quando a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) está mais ao Sul da Linha do Equador.

Na verdade, existem duas altas pressões atmosféricas, uma do Oceano Atlântico Norte e outra do Sul. Elas empurram os ventos alísios (vento constante e úmido que tem ocorrência nas zonas subtropicais em baixas altitudes) em direção ao Equador. Esse encontro é o que forma a ZCIT.

No mês de março, a alta pressão do Oceano Atlântico Norte é mais forte e acaba empurrando com mais força os ventos alísios que vêm do Hemisfério Norte em direção ao Equador.

Quando isso ocorre, os ventos acabam se encontrando mais abaixo da Linha. Eles se encontram e sobem na atmosfera, levando a umidade para cima e formando as nuvens de chuva.

Se a temperatura do mar, que é a fonte de umidade da atmosfera, está mais quente, então há mais evaporação da água. O encontro de ventos nessa área facilita ainda mais que a água evaporada suba para atmosfera, se resfrie e forme as nuvens.