De
sábado para domingo, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos
Hídricos (Funceme) registrou chuva em 78 dos 184 municípios cearenses.
O
maior registro ocorreu em Porteiras, na Região do Cariri, que acumulou
93 milímetros, seguido de Camocim (88mm), Caririaçu (80mm), Umari
(55,2mm), Icapuí e Jati (53 mm) e Lavras da Mangabeira (52,4mm).
Em
Fortaleza, que já havia registrado a maior chuva do ano de sexta para
sábado passado (75 mm), foram registrados 31,6 milímetros de sábado pra
domingo. Pindoretama (41 mm), Aquiraz (40 mm), Itaitinga (40 mm) e
Maracanaú (37 mm) foram os locais onde mais choveu na Região
Metropolitana de Fortaleza.
Segundo a Funceme, a previsão para hoje e amanhã na Capital é de nebulosidade variável com eventos de chuva no decorrer do dia.
De
acordo com o meteorologista da fundação, Raul Fritz, o fenômeno que
favorece a ocorrência das chuvas na Grande Fortaleza é conhecido como
Brisa Terrestre. Segundo Fritz, ele é resultante de um aquecimento
diferenciado entre o continente e o oceano. “O aquecimento diurno do
solo em relação à água do mar cria um contraste de temperatura e
pressão, gerando um vento que sopra do continente para o mar”, explica.
A
Brisa Terrestre tem atuação durante todo o ano, mas nem sempre produz
chuva. Nessa época, com mais umidade do ar e mais condições para
formação de nuvens, o fenômeno se intensifica e interage com outros
sistemas meteorológicos. Em todas as regiões do Estado, o sistema de
meteorologia de atuação mais importante é a Zona de Convergência
Intertropical (ZCIT). (Colaborou Sara Oliveira)
PARA ENTENDER A ZCIT
A
quadra chuvosa costuma ser mais intensa em março, quando a Zona de
Convergência Intertropical (ZCIT) está mais ao Sul da Linha do Equador.
Na
verdade, existem duas altas pressões atmosféricas, uma do Oceano
Atlântico Norte e outra do Sul. Elas empurram os ventos alísios (vento
constante e úmido que tem ocorrência nas zonas subtropicais em baixas
altitudes) em direção ao Equador. Esse encontro é o que forma a ZCIT.
No
mês de março, a alta pressão do Oceano Atlântico Norte é mais forte e
acaba empurrando com mais força os ventos alísios que vêm do Hemisfério
Norte em direção ao Equador.
Quando isso ocorre, os ventos
acabam se encontrando mais abaixo da Linha. Eles se encontram e sobem na
atmosfera, levando a umidade para cima e formando as nuvens de chuva.
Se
a temperatura do mar, que é a fonte de umidade da atmosfera, está mais
quente, então há mais evaporação da água. O encontro de ventos nessa
área facilita ainda mais que a água evaporada suba para atmosfera, se
resfrie e forme as nuvens.