
Ela foi estrangulada pelo carona, um criminoso que estava foragido da
prisão. Conforme Silva, Kelly estava acostumada a viajar e compartilhar
carona, mas geralmente mandava para ele uma foto da pessoa que iria
acompanhá-la. Dessa vez, segundo ele, foi uma moça que ligou combinando a
viagem para um casal – ela e o namorado. Na hora, apenas o rapaz
apareceu.
Pelo aplicativo, Kelly informou seu namorado que viajaria apenas com o
homem: “Só o rapaz, a menina não vai, bjs”, escreveu. Ele respondeu:
“Cuidado!” Ela voltou a fazer contato para dizer que estava abastecendo
no posto Sertanejo, na BR-153. Depois, ele já não recebeu retorno e se
desesperou: “Mor, cadê você? Tô preocupado. Pelo amor de Deus!”
O engenheiro, que mora em Itabagipe, sul de Minas Gerais, para onde
Kelly estava seguindo para passar o feriado com ele, saiu à procura dela
junto com a polícia. Foi ele quem encontrou a calça da jovem, próximo
do local em que o corpo, seminu, foi achado pelos policiais.
O principal suspeito do crime, Jonathan Pereira do Prado, estava
foragido do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de São José do Rio
Preto desde março deste ano. Cumprindo pena por oito crimes, entre eles
roubo, furto, extorsão e ameaça, ele foi beneficiado com a chamada
“saidinha”, uma saída temporária da prisão para comemorar a Páscoa, e
não retornou.
De acordo com a Polícia Civil, reconhecido nas imagens gravadas pelas
câmeras de um pedágio, Prado confessou o crime. O delegado Fernando
Vetorazo, que está à frente da investigação, disse que o crime foi
premeditado, pois o rapaz levou a corda usada para estrangular a moça. A
possível participação de outras pessoas no crimes, como a mulher que
ligou combinando a carona, estão sendo investigadas.
Segundo o delegado, por ora, os outros dois suspeitos presos – Daniel
Teodoro da Silva e Wander Luiz da Cunha – admitiram apenas terem sido
receptadores dos objetos roubados da jovem.
O corpo de Kelly foi sepultado na tarde desta sexta-feira, 3, no
Cemitério Municipal de Guapiaçu, onde mora a família, num clima de
revolta. Amigos e familiares pediram justiça.