Os agraciados com a mais alta comenda concedida
pelo Governo do Estado têm trabalhos relevantes em áreas distintas como
saúde, educação, cultura e justiça
Seis brasileiros que atuam em áreas distintas, mas que têm em comum relevantes trabalhos prestados ao Ceará foram agraciados, na noite deste sábado (25), com a mais alta comenda concedida
pelo Governo do Estado: a Medalha da Abolição. A premiação foi entregue
no Centro de Eventos do Ceará, no bairro Edson Queiroz, pelo governador Camilo Santana ao ex-ministro Ciro Gomes, ao jurista Napoleão Nunes Maia Filho, ao psicanalista Valton de Miranda Leitão, ao empresário Carlos Francisco Ribeiro Jereissati, ao músico e produtor cultural Francisco Alemberg de Souza Lima - Alemberg Quindins-, e a professora Luiza de Teodoro Vieira, representada na ocasião por um de seus alunos Eduardo Loureiro Júnior.
No evento, Camilo Santana destacou que a premiação dermarca os 133 anos de abolição
da escravatura no Ceará - 4 anos antes da assinatura da Lei Áurea. De
acordo com o governador, esta é a forma de reconhecer o trabalho de
pessoas nascidas ou criadas no Ceará que vêm ao longo do tempo
favorecendo o desenvolvimento do Estado. "Não tenho
dúvida que as escolhas desse ano são pessoas que deram e dão grandes
contribuições para um Ceará mais cheio de oportunidades", reforça.
A professora Luiza de Teodoro, representada na cerimônia por um de seus
alunos, Eduardo Loureiro Júnior, foi a primeira a receber a
condecoração. Ausente devido um problema de saúde, ela enviou um áudio
com o discurso de agradecimento. No pronunciamento, Luiza, que é formada
em História e autora de livros como "Cartilha da Ana e
do Zé" e "Um Certo Planeta Azul", usados na alfabetização de
estudantes, destacou a relevância do magistério e a reponsabilidade do
exercício desta atividade profissional. Na rede estadual de ensino do
Ceará, a professora dá nome a uma Escola de Educação Profissional, localizada em Pacatuba.
O músico, historiador, escritor e produtor cultural,
Francisco Alemberg de Souza Lima, o "Alemberg Quindins" foi o segundo
agraciado da noite. Nascido no Crato, ele desenvolve no município de
Nova Olinda, um renomado projeto educacional: a Fundação Casa Grande –
Memorial do Homem Kariri. Na premiação, Alemberg agradeceu o
reconhecimento e ressaltou que segue empenhado na missão de democratizar
o conhecimento no sertão nordestino, pois, segundo ele, "o que mais o brasileiro carece é de conteúdo. Para conhecer suas origens e se formar".
O terceiro contemplado foi o psicanalista Valton
Miranda Leitão. Natural de Teresina (PI), ele mudou-se para Fortaleza
ainda criança. Formado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Valton é
referência em sua área de trabalho. Dentre outras competências, integra
o Grupo de Estudos Psicanalíticos de Fortaleza, filiado à Associação
Internacional de Psicanálise (Londres). Durante os anos
de Ditadura Militar no Brasil, o psicanalista lutou clandestinamente
contra o regime, participando de várias organizações políticas. Na
solenidade, em seu discurso de agradecimento, Valton destacou questões políticas
atuais e manifestou sua insatisfação com o Governo Federal. "O país
está comprometido e somente um governo do povo, saído do povo pode
salvar este país. Precisamos de um projeto de transformação", destacou.
O economista e empresário cearense Carlos Francisco
Ribeiro Jereissati, presidente do Grupo Jereissati e à frente das
empresas Iguatemi Empresa de Shoppings Centers, Grande Moinho Cearense e
Contax pelo Brasil foi o quarto premiado. Em um breve pronunciamento,
Carlos agradeceu a escolha de seu nome e reforçou a gratidão
sentida por quem no decorrer de sua carreira tem lhe auxiliado. Um
agradecimento especial foi feito à sua primeira professora, segundo ele,
pessoal fundamental no seu processo de aprendizagem.
A quinta medalha foi concecida ao jurista Napoleão Nunes Maia Filho.
Natural do município de Limoeiro do Norte, ele é atualmente ministro do
Superior Tribunal de Justiça (STJ). Magistrado de atuações marcantes, Napoleão é bacharel e mestre em Direito
pela UFC. No Ceará já foi procurador do Estado, juiz do Tribunal
Regional Eleitoral do Ceará e juiz do Tribunal Regional Federal da 5ª
Região (sede em Recife). "Nesse dia, comemoramos a libertação de pessoas
que foram comprimidas pelas condições sociais adversas e eu tenho
procurado fazer na jurisdição a inclusão de pessoas que até hoje são excluídas", garantiu.
O ex-ministro Ciro Ferreira Gomes foi o sexto homenageado a receber da
Medalha da Abolição. Nascido em Pindamonhangaba (SP), Ciro se radicou em
Sobral (CE), em 1962. Formado em Direito pela UFC, Ciro já ocupou
diversos cargos na gestão pública, dentre eles:
deputado, prefeito de Fortaleza, secretário estadual da saúde,
governador do Ceará e ministro da Fazenda e da integração Nacional em
duas gestões distintas do Governo Federal. O ex-ministro aproveitou a
solenidade, para criticar o atual momento político do
país e realçou que "o Brasil vive o encontro perverso da crise econômica
com a crise política e é preciso que aqueles que podem lembrem-se de
lutar pelo país".
Estiveram presentes também na ocasião, dentre outras autoridades, a
vice-governadora, Izolda Cela; o presidente da Assembleia Legislativa do
Ceará, Zezinho Albuquerque; o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio; o
presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, Salmito Filho e o
presidente do Tribunal de Constas do Estado (TCE), Edilberto Carlos
Pontes Lima.
Os agraciados foram escolhidos pela Comissão “Medalha da Abolição”, presidida pela Secretária da Justiça e Cidadania (Sejus).
No evento, os homenageados recebem uma medalha e um ceritificado. A
edição deste ano foi um somatório com 2016, ano em que não houve a
entrega do prêmio.