As prefeituras de Reriutaba, na zona norte do Estado, e de Amontada,
no Litoral Oeste do Ceará, estão com débitos relativos à energia
elétrica que ameaçam o corte em prédios geridos pelos municípios e na
própria iluminação pública. Os atuais gestores afirmam que a
irregularidade ocorreu nas gestões que lhes antecederam.
De acordo com o prefeito de Reriutaba, Osvaldo Neto (PDT), que assumiu
no dia 1º de janeiro, a gestão anterior deixou um débito de R$ 124.442,80 de energia elétrica.
Segundo o mandatário, "já existiam relatos durante a transição de
cortes em alguns prédios públicos", como o Ginásio da E.E.F. Centro de
Educação Rural (CERU) e o Posto de Saúde de Primeira Várzea. Segundo
Osvaldo, "a Prefeitura não poderia fazer ligação nos meses anteriores
por conta do débito ser constante".
Já a Prefeitura de Amontada passa por problemas financeiros maiores com
relação à energia elétrica. Segundo o atual prefeito do município, Dr.
Valdir (PDT), o valor atrasado do pagamento entre os meses de agosto e
novembro de 2016 é de R$ 576.793,79. O mês de dezembro ainda não foi contabilizado pela atual gestão, mas a estimativa é de que o valor alcance a marca de R$ 791 mil quando o último mês do ano entrar na contagem.
"Estamos ameaçados de corte em virtude do débito que o ex-prefeito
deixou com a iluminação pública", declarou o atual gestor de Amontada.
De acordo com Valdir, ainda não há relatos de prédios públicos sem
iluminação. "Não teve notificação [da Enel], apenas foi dito que estava
para corte por causa de quatro meses de atraso", disse.
Em nota, a Enel Distribuição Ceará (anteriormente conhecida como
Coelce), informou que não realizou o corte de energia de unidades da
Prefeitura de Amontada e de Reriutaba. "A empresa somente toma a decisão
de interromper o abastecimento de energia após tentar negociar o débito
em várias ocasiões", confirmou.
Negociações
A proposta dos gestores dos municípios de Reriutaba e Amontada é tentar um parcelamento com a Enel a fim de impedir os cortes de energia elétrica nos prédios públicos e na própria iluminação pública.
"Pedi só que não cortasse", relatou Dr. Valdir ao afirmar que ainda
hoje pretende negociar os valores com a empresa de energia elétrica e
enviar um ofício. "Se eu for fazer um parcelamento, teria que pagar 30%
do débito como entrada, em torno de R$ 173 mil", disse o prefeito.
Voltando de Fortaleza, onde esteve reunido com integrantes da Enel, o
mandatário de Reriutaba afirmou que o processo para regularização do
município já se iniciou. "Estamos negociando para poder tomar pé da
situação porque além dessa divida, temos um custo mensal, e energia
elétrica é uma coisa essencial para o funcionamento da Prefeitura",
comentou. A expectativa é de que o parcelamento da dívida possa ser
feito durante um ano.