Mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da zika (Foto: Reprodução / EPTV)
Médicos da Fiocruz
seguiam no início da tarde desta terça-feira (16) para a Maternidade
Carmela Dutra, no Méier, Subúrbio do Rio, para colher material de um
feto. Como mostrou o RJTV, ele pode ser o primeiro caso de bebê
infectado e morto pelo vírus da zika ainda no útero de uma mãe no estado
do Rio.
A mulher de 34 anos passava por operação no início da tarde para a
retirada do feto. O parto estava marcado para a próxima semana. A mulher
teria contraído o vírus da zika no sexto mês de gestação e foi
diagnosticada pelos profissionais da Fiocruz. A gestação foi considerada
normal e acompanhada pelos médicos do Instituto Fernandes Figueira, na
Zona Sul.
Mesmo com a informação da doença, a família foi tranquilizada pelos
especialistas porque, na ocasião, não havia alteração no crânio ou no
resto do corpo do bebê. Agora, porém, a família recebeu a informação que
o feto estava morto há 10 dias, faltando uma semana para o nascimento
do bebê.
De acordo com a mãe da gestante, Sandra Souza, como os exames mostravam
que estava tudo bem com a criança, a família estava tranquila de que o
nascimento aconteceria sem maiores problemas, apesar da contaminação
pelo vírus.
“O pessoal da Fiocruz mandou a gente para o Fernandes Figueira. Aí a
gente não voltou mais para a Fiocruz, a gente só ia no Fernandes
Figueira, com o doutor José Paulo. Ele verificou que estava tudo normal,
que o cérebro estava normal, que o bebê estava normal. Mas ele mandava
sempre a gente voltar. Voltamos lá mais duas vezes. Na última, que foi
dia 25 de dezembro, ele fez o último ultrassom e ela já estava com 33
semanas. E ele falou que o bebê estava bem, que era para ela ficar
tranquila e que não tinha problema nenhum. A gente esperava muito e,
quando eles disseram que o bebê estava bem, a gente ficou bem”, afirmou
Sandra.
A Fiocruz disse que ainda será necessário o resultado da autópsia no
corpo do bebê para determinar se o vírus foi a causa da morte. A família
concordou com a doação para que sejam realizados os exames necessários
para identificar se a criança morreu por causa do vírus da zika. O caso
pode ser o primeiro registro de caso em que um bebê morreu porque foi
infectado pelo vírus da zika ainda no útero materno no Estado do Rio de Janeiro.