Por 37 votos a 30 (e dois em branco), os deputados federais do PMDB
elegeram nesta quarta-feira (17), em votação secreta, Leonardo Picciani
(RJ) como líder da bancada, aplicando uma grande derrota ao presidente
da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que patrocinou e se empenhou
pessoalmente pelo candidato derrotado, Hugo Motta (PB).
O resultado tem pelo menos três efeitos diretos: 1) deve enfraquecer o
movimento pró-impeachment de Dilma Rousseff, capitaneado principalmente
por Cunha; 2) diminui um pouco a resistência aos projetos de ajuste
fiscal e aumento de arrecadação que o governo pretende ver aprovados; 3)
e tem potencial de reforçar a pressão pelo afastamento do peemedebista
da presidência da Câmara, decisão que o Supremo Tribunal Federal deve
tomar nas próximas semanas.
Denunciado sob a acusação de integrar o esquema do petrolão, Cunha teve o
pedido de afastamento do cargo e do mandato protocolado pela
Procuradoria-Geral da República no ano passado.