O técnico Jorginho admitiu a
dificuldade do grupo em recuperar forças em meio à luta árdua contra o
rebaixamento. Todos indicativos hoje são desfavoráveis ao Vasco e cada
um pesa na postura da equipe e nas partidas. Lulinha Tavares, motivador
com experiência em clubes de futebol em condições desfavoráveis, tentou
ajudar o grupo, mas com apenas dois dias de trabalho viu o quanto o
elenco vascaíno acusa o golpe a cada gol. No Beira-Rio foram seis. Um no
início do primeiro, mais dois no início da segunda etapa.
-
Você realmente pensa em se entregar, mas não pode, de jeito nenhum. É
difícil, dói muito realmente, tomar de seis é como se perdesse alguém da
família. A gente sabe a responsabilidade que é, o nome do Vasco, mas
precisamos reagir, o mais importante é que a gente reconheça, sinta a
dor realmente com os gols que nós sofremos, que a gente possa reagir
aquilo que estava errado - disse Jorginho, que pediu desculpas aos
torcedores e se disse indignado e envergonhado com o resultado.
Os
gols despertaram reações dentro e fora de campo. A pequena torcida
vascaína no Beira-Rio tentou cantar no início do jogo, mas logo se
encolheu e sofreu no frio porto-alegrense. Na beira do campo, o vibrante
Jorginho aos poucos sucumbiu. Os gols do Inter iam saindo e o treinador
tentava resistir de pé. No quarto gol, ainda chamou Riascos para dar
instruções. No quinto, abaixou a cabeça e andou para trás, na direção de
Zinho. De volta à beira do campo, ficou inerte, com as mãos no bolso,
quase esperando o fim da partida.
Em campo, houve soluço de
nervosismo e quase choro do jovem goleiro Jordi, além de princípios de
discussões entre os jogadores. Rodrigo gritou com Christiano no primeiro
gol, que esbravejou no segundo e ouviu de Andrezinho de volta. O
resultado derrubou o Vasco, mais uma vez, e deixou o grupo desnorteado.
Ex-vascaíno,
Nilton, que jogou quatro anos em São Januário, conversou com Luan ao
final do jogo e tentou levantar a cabeça do jovem zagueiro vascaíno. Ele
passou por condição semelhante quando atuava no Corinthians, que caiu
para a Segundona em 2007.
- Falei com o Luan que eles ainda
podem reverter isso. O Vasco não merece, eles não merecem. Sei o que
eles estão sofrendo, mas não pode desistir ou baixar a cabeça. É
difícil, mas o Vasco tem condições de se recuperar. Tenho muito carinho
pelos torcedores e espero que a coisa consiga se reverter - disse o
volante do Inter, que, ironicamente, marcou seu primeiro gol com a
camisa colorada contra o ex-time.