sábado, 14 de março de 2015

Médicos podem ter auxiliado fraude no DPVAT

O Ministério Público do Ceará formalizou nesta quarta-feira (11), uma denúncia contra 13 pessoas do município de Itapipoca, 130 km de Fortaleza. Segundo o órgão, o grupo é acusado de integrar um esquema de fraude no Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT).

Segundo informações do Ministério Público do Ceará, os envolvidos atraiam a atenção de pessoas que tivessem sofrido algum tipo de acidente, não precisamente de trânsito. As vítimas eram aliciadas ainda no hospital. Após serem atraídas, as vítimas eram convencidas a falsificar documentos, para solicitar a indenização. 

Ainda segundo o MPCE, os fraudadores argumentavam que as vítimas receberiam o dinheiro mais rápido. Entretanto, os solicitantes deveriam entregar 50% do valor do seguro aos fraudadores.

Ao Cnews, o delegado da Polícia Civil, responsável pela investigação, Marcos Aurélio Elias de França informou que se investiga a possibilidade do envolvimento de médicos no caso. Os profissionais falsificavam laudos, para os pacientes poderem obter acesso ao benefício. “Teve um caso de um homem que foi furado com uma faca e os médicos assinaram um laudo, como se ele tivesse sofrido acidente de carro”, citou Marcos Aurélio. Para cada falsificação, os médicos recebiam pelo menos R$ 100. 

Três acusados foram presos no último dia 24 de fevereiro. Maria Aldeni Gonçalves do Nascimento, Flávio Alves de Sousa e Zeneide Praciano Castro foram presos sob mandados de busca e apreensão realizados em residências e escritórios dos envolvidos. De acordo com o MP-CE, o trio liderava a quadrilha. As acusadas estão detidas no Instituto Penal Feminino Auri Moura, em Fortaleza. Flávio está na Cadeia de Itapipoca.

Existiam casos de acidentes de carro em que os donos das seguradoras falsificavam a documentação do veículo, caso o DPVAT dele estivesse vencido. 

O delegado Marcos Aurélio informou que ainda não é possível informar o valor que foi desviado. “São muitos casos e o valor do seguro era alto. Teve um paciente que recebeu R$ 11 mil, por exemplo”, explicou. 

De acordo com o promotor de Justiça Francisco Lucídio, responsável pela denúncia, o grupo é acusado de associação criminosa, falsificação de documentos públicos particulares, falsidade ideológica, emissão de certificado ou atestado ideologicamente falso, inserção de dados em sistemas de informações, corrupção ativa e estelionato. 

Funcionária da delegacia auxiliou criminosos

Segundo o delegado, uma funcionária terceirizada da Delegacia Regional de Itapipoca teria auxiliado os criminosos, para a falsificação de Boletins de Ocorrência. O documento seria anexado ao laudo médico, para que o paciente desse entrada no seguro. Identificada apenas como “Alexandra”, a terceirizada não trabalha mais na delegacia e não foi presa, pois delatou os criminosos e fornece informações à polícia.

Fonte: CNEWS