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"Querido Papai Noel, me chamo Zélia, tenho 56 anos, trabalho de carroça e não tenho como fazer uma festinha de Natal para os meus nove netos que moram comigo". Assim começa a carta encontrada no chão pela consultora de vendas Amanda Emídio, na cidade de Palhoça, na Grande Florianópolis.
Ela aguardava na fila de uma loja para pagar o presente que tinha acabado de comprar. "Do nada olhei no chão e vi um pedacinho de bilhete. No primeiro instante eu nem liguei, depois peguei e quando li os primeiros dez segundos eu pensei que fosse uma criança, porque era uma carta muito simples. Quando vi que era uma senhora, fiquei em choque", contou Amanda.
Na carta, a recicladora Zélia de Fátima Fagundes da Silva pediu por uma ceia de Natal, pois não tem condições de bancar. "Se você me ajudar a realizar o sonho de dar uma ceia de Natal para eles, só tenho a agradecer. Que Deus envie vocês aqui para me ajudar. Fique com Deus e Feliz Natal", escreveu.
Com apenas um ponto de referência e diversos alimentos para preparar uma grande ceia, Amanda e colegas foram atrás da família em Palhoça. Quando a encontrou, a consultora de vendas leu a carta para a recicladora, que se emocionou muito. "Isso foi uma benção que Deus me deu. Meus netos vão passar um Natal bem feliz", disse.
Sem essa ajuda, dona Zélia não conseguiria. Ela vive em uma casa humilde, com renda da reciclagem, mas está doente e não consegue mais trabalhar. "Essa atitude não tem presente, dinheiro que pague. É muito gratificante mesmo", diz o gerente Alan Ricardo Mendonça Lisboa, que também ajudou o Natal da família de Zélia ser mais feliz.
