Luan Barcelos da Silva, segundo a polícia, confessou o crime alegando motivação financeira, informou o secretário-adjunto da Polícia Civil, Juarez Pinheiro, durante coletiva de imprensa transmitida pela Rádio Gaúcha na manhã deste domingo (14) no Palácio da Polícia Civil, em Porto Alegre. O jovem foi preso no bairro de Santa Cecília, na capital.
De acordo com o delegado Gabriel Bicca, o rapaz foi identificado com a ajuda de câmeras de vigilância e por meio dos relatos de testemunhas. Em todas as imagens, o suspeito aparece usando uma calça clara, tênis e uma jaqueta. As roupas foram encontradas na residência do criminoso, ainda de acordo com a polícia. Testes apontaram para manchas de sangue nas peças.
No interrogatório que durou cerca de três horas, o acusado disse que serviu o Exército Brasileiro e deu detalhes de cada assassinato. Silva afirmou que precisava pagar o aluguel atrasado de um apartamento onde morava, em Santana do Livramento. Ao todo, ele roubou R$ 470 de três taxistas em Santana do Livramento e, 48 horas depois, mais R$ 400 de outros três taxistas de Porto Alegre.
O criminoso ainda disse que iria matar um sétimo taxista. Ao entrar no carro o motorista pediu para que ele saísse do banco de trás e fosse para o banco da frente. Na troca de lugar, Silva deixou a mala com a arma no banco traseiro e desistiu de matar o taxista.
Segundo o delegado, o rapaz cometeu os crimes de forma aleatória. "Ele parava no ponto de táxi, fazia a corrida, não anunciava o assalto, apenas atirava na cabeça e roubava a quantia que encontrava."
Segundo agentes do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), as primeiras mortes ocorreram em um intervalo de 90 minutos. Nos três casos, os carros dos taxistas foram abandonados em locais distantes dos corpos.
De acordo com o Instituto Geral de Perícias, os cartuchos encontrados nos locais dos assassinatos em Porto Alegre são da mesma arma, calibre 22. Trata-se do mesmo calibre dos projéteis encontrados nos corpos dos motoristas executados em Santana do Livramento. A arma ainda não foi localizada pela polícia.
O criminoso está detido em uma unidade prisional no interior de Porto Alegre. A Secretaria de Segurança Pública não divulgou o nome do local para preservar o acusado.
PROTESTOS
No fim de março, motoristas protestaram contra a morte dos taxistas e fecharam a rua Garibaldi, em Porto Alegre, próxima à rodoviária. Houve congestionamento no local.
Outros cem taxistas fizeram carreata até a residência do governador, Tarso Genro (PT), e exigiram mais segurança na capital. Na ocasião, eles foram recebidos pelo governador e pelo secretário estadual de Segurança Pública, Airton Mitchels.