quinta-feira, 25 de abril de 2013

Advogado recorre ao STF para pedir que Bruno cumpra prisão domiciliar


Em entrevista na tarde desta quarta-feira no Fórum de Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais, o advogado Lúcio Adolfo, que defende o goleiro Bruno Fernandes na esfera criminal, anunciou que recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para solicitar em favor do seu cliente a modificação do regime de prisão fechada para a domiciliar. 

A alegação é que Bruno tem uma proposta da diretoria para jogar no Boa Esporte Clube, de Varginha, no Sul de Minas. No terceiro dia do julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, a defesa tentou desqualificar o trabalho de investigação da morte de Eliza Samúdio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes. Duas testemunhas prestaram depoimento, entre elas o delegado aposentado e hoje vereador pelo PTN, Édson Moreira, que chefiou as investigações. O ex-policial é acusado de homicídio duplamente qualificado — meio cruel e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima — e ocultação de cadáver.

Adolfo sustenta que o goleiro tem direito a alteração de regime tendo em vista que, juridicamente, ele não foi condenado em definitivo pela Justiça. Uma apelação impetrada pelo advogado ainda está sendo analisada pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, apesar de ele ter sido condenado a 22 anos e três meses pela morte e ocultação de cadáver de Eliza Samudio. Assim, o jogador tem direito de trabalhar, no entendimento do advogado.

No início do mês passado, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) já havia indeferido uma solicitação de prisão domiciliar para o goleiro. Na ocasião, os desembargadores do tribunal entenderam que, como Bruno estava cumprindo prisão cautelar, o réu não poderia se afastar do presídio para a prática esportiva profissional ou outros trabalhos. A previsão é de que o recurso seja incluído na pauta dos ministros da 2ª Turma do STF no próximo dia 7 de maio. O relator do recurso é o ministro Teori Zavascki.

— Pela primeira vez, o Bruno tem 70% de chance — acredita Adolfo.

Ainda em entrevista a O GLOBO, Lúcio Adolfo informou que Bruno deve voltar a trabalhar, na semana que vem, na lavanderia da penitenciária Nelson Hungria. No início do mês, o detento foi afastado do trabalho por causa de um ato de indisciplina. O trabalho dentro da penitenciária ajudaria Bruno a ter a pena reduzida.

Pelo sistema da remição de pena, a cada três dias trabalhados o detento fica um a menos na cadeia. Indagado qual ato de indisciplina Bruno cometeu, o advogado desconversou.

 O Bruno quer cumprir a pena dele em paz, mas tem um carcereiro que fica pegando no pé dele lá dentro — disse.