Jogador foi preso por um estupro ocorrido em uma boate em Barcelona em 2022. Alves já estava em liberdade provisória
O Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC) anulou, nesta sexta-feira, 28, a condenação do ex-jogador Daniel Alves por agressão sexual contra uma mulher em uma boate de Barcelona, na noite de 31 de dezembro de 2022. A decisão foi unânime e revoga a sentença de 4 anos e 6 meses de prisão, imposta pela Seção 21 do Tribunal Provincial de Barcelona, em fevereiro de 2024.
Alves, que esteve preso preventivamente por mais de um ano e desde março cumpria a pena em liberdade provisória, teve o recurso aceito pela Seção de Apelações do TSJC. No acórdão, os magistrados destacaram falhas na fundamentação da sentença original, apontando que as provas não sustentavam a condenação.
O tribunal apontou lacunas, contradições e imprecisões na decisão de primeira instância. Um dos principais questionamentos foi a validação parcial do depoimento da vítima, mesmo após a própria sentença reconhecer que partes da sua narrativa eram inconsistentes e não condiziam com registros em vídeo.
A Divisão de Apelações criticou o que chamou de "salto argumentativo", já que a condenação se baseou apenas na parte do relato da vítima sobre a suposta penetração vaginal não consensual no banheiro da boate, sem uma corroboração rigorosa das provas periciais.
"A presunção de inocência exige um padrão elevado de motivação para condenações, e isso não foi atendido neste caso", afirma o documento do TSJC. Além disso, os juízes enfatizaram que credibilidade e confiabilidade são conceitos distintos, reforçando que o tribunal de primeira instância confundiu uma crença subjetiva com uma prova objetiva.
Diante dessas inconsistências, o TSJC determinou a absolvição de Daniel Alves, revogando todas as medidas cautelares impostas.
Apesar da anulação da sentença, o Ministério Público da Espanha e a defesa da vítima ainda podem recorrer ao Tribunal Supremo da Espanha, instância máxima do país, alegando erro jurídico na decisão do TSJC.