O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) tomou nesta segunda-feira a quinta dose da vacina contra
covid-19 durante evento que lançou a campanha Movimento Nacional pela
Vacinação, com o objetivo de incentivar a imunização no país. O
vice-presidente Geraldo Alckmin, que é médico, aplicou a dose no
presidente.
Lula e a ministra Nísia Trindade (Saúde) visitaram um posto de saúde
no Guará, em Brasília. Além de Lula, 3 populares receberam a dose
durante o evento.
O mascote “Zé Gotinha”, símbolo das campanhas de vacinação no país,
foi aplaudido pelos apoiadores do presidente quando chegou no evento e
permaneceu o tempo todo no palco, ao lado das autoridades e dos
convidados. Lula e Zé Gotinha posaram para fotos.
Imagem: Lucas Borges Teixeira/UOL
Lula tomou a vacina bivalente da Pfizer, direcionada inicialmente para grupos de risco, como idosos e imunocomprometidos.
O lançamento da campanha do governo acontece no mesmo dia em que
essas doses, que são eficazes no combate tanto do novo coronavírus
original quanto de suas variantes mais recentes, como a ômicron,
começaram a ser aplicadas no país.
Além da ministra, Lula estava acompanhado da primeira-dama, Janja da
Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, Márcio Macedo (ministro da
Secretaria-geral), senador Nelsinho Trad (PSD-MS), e da governadora do
DF, Celina Leão.
Com o ato de se vacinar publicamente, Lula busca se contrapor ao
ex-presidente Jair Bolsonaro, que afirmou em público diversas vezes que
não se imunizou contra a doença e colocou a segurança e a eficácia dos
imunizantes em dúvida. O petista, por sua vez, divulgou ter tomado as
quatro doses da vacina, antes de ser eleito.
Após receber a dose da vacina, Lula fez um “apelo” para que a
população não acredite no negacionismo contra as vacinas. O presidente
ressaltou que a imunização é importante para “evitar desgraças maiores”.
“Queria fazer um apelo a cada mãe, avó, pai, avô, adolescente, a cada
criança, que a gente não acredite no negacionismo, que não acredite nas
bobagens que se fala contra a vacina. Você pode até não gostar de você e
não querer tomar vacina, mas tem obrigação de gostar do seu filho, da
sua mãe, do seu pai. É importante garantir que as pessoas tomem vacina
para evitar desgraças maiores na vida da gente.”
Lula afirmou que não querer tomar vacina é um “direito de qualquer um”, mas que receber as doses dos imunizantes de qualquer doença é um gesto de “responsabilidade e garantia” para os familiares.
“A vacina é a única garantia que você tem de não morrer por falta de
responsabilidade, a vacina é uma garantia de vida. Por isso, eu hoje
tomei minha quinta vacina e se tiver a sexta, eu tomo a sexta. Se tiver a
sétima, eu tomo a sétima. Eu tenho 77 anos, eu tomo vacina porque eu
gosto da vida, porque a vida é o dom maior que Deus me deu. Essa vida
tem que ser preservada. Não tenha medo do Zé Gotinha. O Zé Gotinha
significa só amor e nada mais do que isso” afirmou Lula ao final de seu
discurso.
A data da cerimônia foi escolhida porque no domingo completaram-se
três anos do dia em que foi confirmado o primeiro caso de infecção pela
Covid-19 no Brasil, em 2020. Desde então, a doença matou quase 700 mil
pessoas no país.
Campanha de vacinação
O Ministério da Saúde lançou, nesta terça-feira, o Movimento Nacional
pela Vacinação do país. Com o tema “Vacina é vida. Vacina é para
todos”, a mobilização tem como prioridade retomar a alta cobertura
vacinal no país, sobretudo contra a Covid-19.
As chamadas vacinas bivalentes contra o coronavírus começam a ser
aplicadas em idosos a partir de 70 anos; pessoas vivendo em instituições
de longa permanência (ILP) a partir de 12 anos (abrigados e os
trabalhadores dessas instituições); imunossuprimidos a partir de 12 anos
e comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas. Segundo a Saúde,
cerca de 18 milhões de brasileiros compõem o grupo.
A segunda fase está prevista para 6 de março, à faixa etária de 60 a
69 anos. Gestantes e mulheres em puerpério podem tomar a bivalente
também em março, a partir do dia 20. Pessoas com deficiência,
profissionais da saúde e pessoas privadas de liberdade e adolescentes
cumprindo medidas socioeducativas compõem a última fase do grupo
prioritário, com aplicação a partir de abril.
As doses bivalentes contra a Covid são da farmacêutica Pfizer
chegaram em dezembro no Brasil e contam com uma parte da variante
Ômicron em sua formulação, de modo a ampliar a proteção contra o vírus. A
meta da pasta é atingir 90% da cobertura vacinal em todos os grupos.
A segunda etapa da campanha, iniciada em março, também será focada na
imunização da dose monovalente contra a Covid (com proteção contra o
vírus) para a população acima dos 12 anos. Em abril, os postos serão
reforçados com doses contra a Influenza. Já em maio, começa também a
atualização da caderneta de vacinação do Calendário Nacional.
“Os índices vacinais sofreram quedas drásticas nos últimos anos,
agravadas com a falta de incentivo e campanha do governo passado. O
Brasil vem apresentando retrocessos nesse campo e praticamente todas as
coberturas vacinais estão abaixo da meta”, afirma a pasta em nota.
O GLOBO