quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Facção criminosa diz ser responsável pela morte do candidato à presidência do Equador

Foto: REUTERS/Mason Jarvi

Foi assassinado nesta quarta-feira, 9, o candidato à Presidência do Equador Fernando Villavicencio, do Movimento Construir, em Quito, capital do país. Ele deixava um comício político realizado no Anderson College, quando foi alvejado com três tiros na cabeça. Um suspeito foi morto durante troca de tiros com seguranças pessoais do candidato, outros seis supostos envolvidos no crime foram presos pelas autoridades.

Na última semana, Fernando havia denunciado ameaças que vinha recebendo da facção criminosa Los Choneros, formada por duas gangues chamadas Fatales e Las Águilas. Eles atuam com extorsão, tráfico de drogas e homicídios. Ele usava o mínimo da proteção oficial do Estado, e se recusou a usar coletes à prova de balas em seus comícios. Homens encapuzados, dizendo ser da facção criminosa Los Lobos, considerada a segunda maior do país, disse ser responsável pelo ataque, por meio de um vídeo divulgado na rede social “X”, antigo Twitter.

O partido a qual Villavicencio era filiado, informou que homens armados atacaram a sede da legenda em Quito. Segundo a Procuradoria Geral, um veículo contendo uma mala com armas e granadas foi apreendido próximo a um prédio no bairro de Conocoto. As autoridades seguem realizando buscas para esclarecer o caso.

Sendo um dos principais candidatos à Presidência do Equador, Fernando estava em segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos, atrás de Luisa González, do partido Revolução Cidadã. Luisa tem ligações com o ex-presidente Rafael Correia, foi que condenado por ter supostamente recebido dinheiro da Odebrecht no âmbito das investigações da Lava Jato, e segue exilado na Bélgica.

Após assassinato do candidato à presidência, Equador entrou em estado de emergência. Em mensagem à nação, após reunião do Gabinete de Segurança do Estado, o Presidente Guillermo Lasso afirmou que manterá a data das eleições gerais extraordinárias, agendadas para 20 de agosto, mas que serão destacados militares para garantir a segurança dos eleitores. Lasso decretou a chamada “morte cruzada”, onde foi feita a dissolução da Assembleia Nacional e reduziu o tempo de seu próprio mandato.