Francisca Analice Ferreira Mendes, 20, e sua amiga de infância, Stephany Alves de Paiva, 19, foram encontradas mortas com marcas de facadas em uma casa na Rocinha, no Rio de Janeiro. Segundo o jornal Extra, quem primeiro viu os corpos foi a tia de Stephany, Helena Paiva.
As vítimas estudaram juntas na Escola de Ensino Médio (EEM) Joaquim Bastos Gonçalves, em Carnaubal, no interior do Ceará, onde se conheceram ainda na infância. Uma nota de pesar foi compartilhada pela unidade de ensino no Instagram. "Prestamos, neste momento de dor, nossas condolências" a amigos e familiares, escreveu a instituição.
De acordo com o Extra, as amigas se mudaram para o Rio recentemente: Analice no início do ano e, Stephany, há cerca de dois meses. Stephany morava em São Paulo e se mudou para a Rocinha, onde foi morar com a tia. Analice morava próximo à amiga com o marido, numa região como "Raiz". As duas planejavam passar juntas as festas de Réveillon.
"Não foi briga. A casa está intacta. Elas não brigaram. Foi alguém que matou. Elas eram amigas de infância, do mesmo lugar que a gente [Faveira, distrito de Carnaubal]", disse a irmã de Analice, Silmara Mendes, ao Extra.
O Diário do Nordeste procurou a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Ceará para saber se o Estado tomou conhecimento do caso e se a pasta deve auxiliar a Polícia Civil do Rio de Janeiro na elucidação do crime. Contudo, a orientação foi apenas procurar as autoridades de segurança do Rio.
Em nota, a Polícia Civil do RJ confirmou as duas mortes e disse que peritos foram ao local e que testemunhas já foram ouvidas. "Diligências estão em andamento [pela Delegacia de Homicídios da Capital] para esclarecer todos os fatos", afirmou o comunicado.
O crime
Inicialmente, alguns veículos de imprensa do Rio, com base em relatos de policiais militares, noticiaram que as jovens teriam discutido e uma teria matado a outra e, depois, se matado. Contudo, a informação foi rebatida veementemente pelos familiares das vítimas, testemunhas da amizade construída em anos e dos planos que faziam para o futuro.
Maria de Fátima, prima de Analice, disse ao Extra que a familiar foi visitar Stephany na noite desta quarta-feira (28) e que avisou ao marido que não demoraria. Por volta das 22 horas, estranhando a esposa não ter voltado para casa, o homem tentou contato pelo celular, mas não foi atendido. Ele, porém, não estranhou, visto que era comum as duas se visitarem.
"A tia da Stephany, que mora com ela, chegou em casa e a encontrou morta em cima da cama. Depois viu a Analice no banheiro. Ninguém sabe o que aconteceu. Elas eram muito amigas. Ninguém entende. Ninguém ouviu nada. Nenhum vizinho ouviu barulho", disse Maria.
Os familiares relataram que Analice estava deitada de bruços no chão do banheiro com uma faca de cozinha em uma das mãos, enquanto que Stephany estava deitada na cama com um corte profundo no pescoço.
Segundo o jornal O Dia, os celulares das vítimas não foram encontrados até o momento, o que sugere a possibilidade de que o assassino os tenha levado. Contudo, ainda não há nenhuma confirmação ou linha de investigação consolidada pela Polícia.
No Facebook, Silmara publicou uma foto da irmã, com a legenda: "Sempre vou te amar, minha menina".
Fonte DN