Quando
a técnica de enfermagem, Maria Silvana Souza, de 51 anos, primeira
pessoa vacinada contra a Covid-19 no Ceará, recebeu o imunizante na
noite do dia 18 de janeiro, esse processo já havia começado em mais de
40 países. Até aquele dia, 10,8 mil pessoas morreram devido à doença no
Ceará. De lá pra cá, a fila da vacina, marcada pela lentidão no envio
dos imunizantes por parte do Governo Federal, segue grande.
Em
seis meses, o Ceará recebeu 5,4 milhões de doses da vacina (entre D1,
D2 e dose única), conforme dados do vacinômetro da Secretaria Estadual
da Saúde, e aplicou 91% do total. Contudo, até o momento, apenas 1,3
milhão de cearenses, 13,6% da população, receberam as duas doses e estão
integralmente imunizados.
Com
o estoque fornecido pelo Governo Federal, o Ceará só teria capacidade
para aplicar, nesses seis meses, a primeira dose em 38% dos 9,1 milhões
de habitantes. Mas, hoje, 3,6 milhões, 39,31%, já receberam isso porque
algumas prefeituras, durante a campanha, chegaram a usar a segunda como
primeira dose.
O
fato gerou gargalos, com a interrupção de aplicação da segunda. Foi
preciso, inclusive, acionar a Justiça para que o Estado pudesse receber
mais vacinas do Ministério da Saúde.
O
ritmo de vacinação é distinto em cada uma das 184 cidades do Estado.
Mas, no geral, ainda que os municípios tivessem assegurado agilidade
máxima, a falta de imunizantes limita a capacidade de uma ampla
cobertura vacinal.
Nesses
seis meses de vacinação sobram esperas e esperanças. No total, o
Governo Federal enviou ao Estado, até o momento, 5,4 milhões de vacinas,
e dessas: 3,5 milhões foram para D1, 1,4 milhão para D2, 397 mil de
doses reservas e 137 mil de doses únicas.
No
Estado, somente Guaramiranga conseguiu concluir a aplicação da primeira
dose em 100% da população cadastrada. A marca foi alcançada no final de
junho. No município, já foi iniciado até o processo de monitoramento de
resposta imune à vacina, para que seja verificada a efetivada do
imunizante no mundo real, fora do ambiente lamboratorial onde ocorrem os
testes.