Um ataque a um aeroporto de Bagdá, capital do Iraque, na noite desta
quinta-feira (2), matou um dos principais generais do Irã e o líder de
uma milícia local, de acordo com informações divulgadas na TV iraquiana.
Segundo o Pentágono, o bombardeio foi autorizado pelo presidente dos
Estados Unidos, Donald Trump.
O general Qassim Soleimani liderava há mais de 20 anos a força Quds,
braço de elite da Guarda Revolucionária do Irã responsável por conduzir
operações militares secretas no exterior. A própria milícia confirmou a
morte para a agência de notícias internacionais Reuters.
Segundo a imprensa internacional, o general iraniano tinha participado
de encontros com líderes de milícias iraquianas no aeroporto. A capital
do Irã, Teerã, tem aumentado sua influência no vizinho nos últimos anos.
Também morreram Abu Mahdi al-Muhandis, chefe da milícia iraquiana Forças
de Mobilização Popular (que tem apoio do Irã), e o porta-voz de grupo,
Mohammed Ridha Jabri, além de ao menos outras duas pessoas ainda não
identificadas. Outras pessoas também ficaram feridas na ação.
Comboio atingido por mísseis
O comboio onde eles estavam foi atingido por mísseis, de acordo com o
jornal The New York Times. A ação deve aumentar a tensão na região, que
nos últimos dias viveu uma série de conflitos indiretos entre Teerã e
Washington.
No último dia 24, um funcionário terceirizado do Exército americano foi
morto após um ataque contra uma base americana próxima a Kirkuk.
Washington culpou as milícias apoiadas pelo Irã pela ação e no domingo
(29) realizou um ataque aéreo em áreas controladas por essas facções no
Iraque e na vizinha Síria. A ação gerou revolta contra o país no Iraque e
levou manifestantes e milícias a atacarem a embaixada dos EUA em Bagdá
na terça (31) - o cerco terminou no dia seguinte.
Represálias
Em uma rede social, o presidente Donald Trump acusou o Irã de orquestrar
a invasão e disse que o país seria responsabilizado."O Irã matou um
segurança privado [terceirizado] americano e feriu outras pessoas.
Respondemos com vigor e sempre iremos responder", disse, em referência à
ação do último domingo.
"Agora, o Irã está orquestrando um ataque contra a embaixada dos EUA no
Iraque. Eles serão responsabilizados. Esperamos que o Iraque use suas
forças de segurança para proteger a embaixada", acrescentou Trump na
ocasião.
Nesta quinta, o secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, tinha afirmado
que o país esperava que as milícias pro-Teerã iriam realizar novos
ataques contra alvos americanos no Iraque e que Washington tinha direito
de realizar ações preventivas para impedir que isto ocorresse.