Dono de 207 das 513 cadeiras da Câmara dos Deputados,
o grupo de siglas do Centrão – PP, PR, PSD, PRB, PTB, PROS, SD e PSC –
articula a formação de uma frente partidária para se manter no comando
da Mesa Diretora a partir de fevereiro de 2019, quando os novos
parlamentares vão tomar posse e eleger o presidente da Casa, que tem
mandato de dois anos.
A pouco menos de duas semanas do segundo turno entre Jair Bolsonaro
(PSL) e Fernando Haddad (PT), as conversas foram antecipadas pelos
caciques das legendas por causa do movimento de aliados do ex-capitão,
que já manifestaram desejo de disputar o controle do Legislativo.
Dispostos a impedir que os dois partidos que concorrem ao Palácio do
Planalto ocupem postos de comando no Congresso, os líderes do centrão se
articulam para apoiar a reeleição do deputado Rodrigo Maia (DEM),
presidente da Casa.
Com 56 deputados eleitos, o PT elegeu a maior bancada da Câmara,
seguido pelo PSL, com 52. A expectativa dos dois partidos é de aumentar
esses números agregando membros de partidos que não bateram a cláusula
de barreira. Os dirigentes do Centrão afirmam que, independentemente do
resultado do segundo turno, “não há hipótese” de o PSL ou do PT
acumularem a Presidência da República e o comando da Câmara.
Presidente do PP, o senador Ciro Nogueira, um dos poucos líderes do
grupo que conseguiram se reeleger para o Senado, reiterou que o centrão
está fechado com Rodrigo Maia. Ele rechaçou qualquer opção que venha dos
partidos que disputam o Planalto. “A Câmara com certeza vai optar por
um nome que unifique a Casa, e o único nome viável hoje é o do Rodrigo
Maia. A Câmara jamais vai optar por extremos, seja do PT ou do PSL”,
disse o senador.