segunda-feira, 27 de março de 2017

Luis Fabiano é expulso, mas Vasco arranca empate com o Flamengo

Pouco importaram os desfalques e o curioso apagão que interrompeu parte do primeiro tempo no Mané Garrincha. Neste domingo, em jogo realizado em Brasília, pela Taça Rio, o segundo turno do Campeonato Carioca, Flamengo e Vasco fizeram um grande clássico, com boas jogadas ofensivas, muitas chances criadas, gol anulado e erros de arbitragem. O fator determinante, contudo foi Luis Fabiano: expulso quando sua equipe vencia por 1 a 0, ele facilitou a virada flamenguista. Ainda assim, aos 49, após pênalti inexistente marcado pela arbitragem, Nenê garantiu o empate por 2 a 2.

O resultado no grande jogo deste domingo manteve o Flamengo na liderança do Grupo B, com 10 pontos. Já o Vasco, mesmo com o heroico resultado, se complicou no Estadual: está apenas em quarto no Grupo C, com seis pontos, e corre sérios riscos de não se classificar à semifinal da Taça Rio.

Pela quinta rodada do segundo turno do Carioca, as duas equipes voltam a jogar no meio de semana: o Flamengo encara o Volta Redonda na quarta-feira, fora de casa, enquanto o Vasco faz duelo decisivo com o Boavista na quinta, em São Januário.

Em sua segunda partida no comando do Vasco, após vencer o Madureira na estreia, Milton Mendes não pôde contar com Luan, Rodrigo, Kelvin e Guilherme, contundidos, Wagner, ainda sem ritmo de jogo, e Martín Silva, convocado pela seleção uruguaia. Assim, Yago Pikachu atuou no meio-campo, ao lado de Nenê e Andrezinho, e Luis Fabiano jogou centralizado no ataque.

Já o Flamengo, já garantido na semifinal do Campeonato Carioca, devido ao seu desempenho na classificação geral, entrou em campo neste domingo sem poder contar com Rômulo e Gabriel, lesionados, e Trauco, Diego e Guerrero, convocados para suas respectivas seleções.

Zé Ricardo, assim, fez algumas mudanças. Deslocou Mancuello para a armação e escalou Berrío e Leandro Damião no ataque, ao lado de Everton. Já Márcio Araújo seguiu no meio-campo e Renê na lateral. Felipe Vizeu, por sua vez, foi para o banco.

E, embora Leandro Damião tenha aproveitado bem a oportunidade, servindo como importante referência no ataque, a equipe claramente sentiu a falta de Diego. Pouco inspirado, Mancuello não conseguia dar ritmo ao meio-campo. O que levou o Vasco a crescer no duelo.

Andrezinho e Yago Pikachu, ainda no início do jogo, assustaram Muralha com boas finalizações. E, aos 15, brilhou a estrela de Milton Mendes: isolado no ataque, Luis Fabiano desarmou Réver, Nenê correu até a lateral, evitou que a bola saísse, carregou e cruzou na medida para que o improvisado Pikachu abrisse o placar.

O Flamengo seguia desencontrado após o gol até que, aos 27, as luzes do Mané Garrincha - um dos mais caros estádios construídos para a Copa de 2014 - apagaram-se. Sem luz, o jogo precisou ser interrompido por alguns minutos. E, quando retornou, o time de Zé Ricardo já tinha outra postura.


Mesmo sem grande organização, apostando mais em bolas levantadas para Damião, o Flamengo começou a pressionar. Criou algumas boas chances no primeiro tempo, a principal delas com o próprio atacante, que por pouco não completou cruzamento de Pará, mas não conseguiu empatar.

O Vasco até suportava bem a pressão no início do segundo tempo. Mas o jogo mudou drasticamente aos oito: Luis Fabiano fez falta por trás em Márcio Araújo, recebeu o amarelo, peitou o juiz e foi expulso, mantendo, assim, seu jejum de gols desde que estreou. A organização desenhada por Milton Mendes, então, ruiu. E o Flamengo não demorou para virar.

Primeiro, na própria cobrança da falta cometida por Luis Fabiano Mancuello cruzou e Réver marcou de cabeça, mas o bandeira marcou impedimento de Damião, que participou da jogada. O lance, contudo, serviu como bom ensaio. E, apenas cinco minutos depois, o argentino cobrou escanteio e Willian Arão desviou para as redes.

Estava fácil. Desorientado após a expulsão e assustado com o gol o Vasco não teve tempo para se reorganizar. Aos 19, assim, Berrío recebeu com espaço, deu um leve corte no marcador e acertou o ângulo. Um belo gol para coroar a virada.

Milton Mendes ainda mexeu e colocou o Vasco no ataque. Mesmo com um a menos, o time até acertou o travessão nos minutos finais. E já nos acréscimos, após a arbitragem assinalar um pênalti inexistente, em uma bola que bateu no peito de Renê, Nenê cobrou com tranquilidade e sacramentou o empate após um clássico histórico.