A secretaria de Educação de Acopiara, na região
Centro-Sul do Ceará, precisou antecipar em duas semanas o fim do ano
letivo. O motivo: a dificuldade de abastecimento de água das escolas da
zona rural.
A seca que se agrava no sertão cearense já começa a afetar o
funcionamento de escolas municipais na zona rural, que dependem de
abastecimento por caminhão pipa.
A medida administrativa adotada em Acopiara foi discutida entre
gestores no fórum de secretários de Educação da Coordenadoria Regional
de Desenvolvimento da Educação (Crede 16), há um mês.
A escassez de água tende a se agravar nos próximos meses e se na
próxima quadra chuvosa (fevereiro a maio) as precipitações forem
irregulares e insuficientes para a recarga dos reservatórios, o ano
letivo deverá ser adiado ou mesmo suspenso em escolas das áreas rurais
em várias localidades do Interior. “Há esse risco”, disse o presidente
da Associação dos Municípios do Estado do Ceará, Expedito José do
Nascimento. “A situação vem se agravando, essa questão está me
preocupando e precisa ser discutida”.
O coordenador administrativo da secretaria de Educação de Acopiara,
André Martins, disse que a antecipação do fim do ano letivo foi
decorrente das dificuldades de abastecimento de água das unidades na
zona rural. As aulas deveriam ir até o próximo dia 18, mas serão
encerradas nesta sexta-feira, 4.
Acopiara tem 40 escolas da rede municipal de ensino e 29 estão
localizadas na zona rural. São 11 mil alunos matriculados da Educação
Infantil até o Ensino Fundamental II. “Antecipamos em dez dias o
calendário escolar porque não havia mais como continuar”, explicou
Martins. “Trata-se de um quadro de emergência, uma situação
excepcional”.