Parlamentar foi eleito com 73 votos, terceira maior votação da história, para ocupar a Presidência do Senado brasileiro
Em seu primeiro discurso após a vitória para ocupar o posto de presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) abordou temas como 'protagonismo', pacificação e união parlamentar.
"Não estou definitivamente em busca de protagonismo, não é isso que me move a estar aqui. Eu quero ser um catalisador do desejo deste plenário e ajudar a construir os consensos que forem necessários para melhorar a vida da população brasileira[...] É isso que deve nos guiar, mais do que o desejo pelo protagonismo", iniciou o senador em seu discurso neste sábado, 1º de fevereiro.
Alcolumbre vai ocupar a Presidência do Senado pelos próximos dois anos. Com 73 votos, ele obteve a terceira maior votação para a Presidência do Senado desde a redemocratização, confirmando o seu favoritismo ao derrotar Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE). Soraya Thronicke (Podemos-MS), Marcos do Val (Podemos-ES) retiraram as candidaturas no começo da manhã.
Em seu discurso, Alcolumbre afirmou que o "amplo apoio" de sua vitória demonstra a união do Senado. "Hoje, seis anos depois, com a unidade política de partidos que pensam diferente, o painel marca 73 votos para a nossa candidatura. E isso representa amplo respaldo político que este plenário está conferindo ao projeto coletivo que nós construímos juntos. Esse amplo apoio demonstra que o Senado Federal está unido", disse.
Em outro trecho, o parlamentar também reiterou que "Nem sempre agradará a todos [...] Esse Senado não vai se omitir para tomar as decisões que melhorem as vidas das pessoas. Fazer com que as leis, o Estado ou o governo, ajudem o cidadão e tornem a vida dele melhor, mais fácil e principalmente mais digna", afirmou.
O senador do União Brasil costurou uma aliança com 10 partidos, incluindo o PT e o PL. O astronauta Marcos Pontes lançou a sua candidatura à revelia do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Além disso, Alcolumbre contava com o apoio do então presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que comandou o Senado nos últimos quatro anos.
Pouco antes de seu discurso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parabenizou o novo presidente do Senado. "Parabéns ao senador Davi Alcolumbre pelo novo mandato na Presidência do Senado e do Congresso Nacional. Um país cresce quando as instituições trabalham em harmonia. Caminharemos juntos na defesa da democracia e na construção de um Brasil mais desenvolvido e menos desigual, com oportunidades para todo o povo brasileiro", disse em nota.
Essa será a segunda vez de Alcolumbre no comando do Senado, ele presidiu a Casa entre 2019 e 2021. Nos últimos anos, o parlamentar manteve intacta sua influência ao presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), colegiado mais importante da Casa, por onde se inicia a tramitação de praticamente todos os projetos importantes. Ele também deteve o controle do repasse de emendas, o que garante influência política.
Sem ensino superior, o senador tem uma trajetória discreta no Legislativo. Elegeu-se vereador em Macapá nas eleições de 2000. Foi seu primeiro cargo eletivo. Quatro anos depois, virou deputado federal por seu Estado e ficou na Câmara até 2014, quando conquistou uma vaga no Senado.