As
pirambebas ou piranhas brancas, como é conhecida a espécie Serrasalmus
marginatus, começaram a atacar banhistas em açudes do interior do Ceará,
principalmente em Iguatu, na região Centro-Sul. Com o aumento do volume
dos reservatórios neste período chuvoso, o lazer dentro da água se
torna mais frequente e mais de uma dezena de ferimentos é relatada pela
população.
A
espécie exótica aparece com mais frequência desde janeiro deste ano,
com o início do período chuvoso, nos açudes de Orós e Trussu, em Iguatu,
e Arneiroz II, no Sertão de Inhamuns, onde não há predador natural. Ou
seja, as piranhas se multiplicam, ferem pessoas e comem peixes nativos
sem controle na cadeia alimentar.
Neste
contexto existe uma articulação com órgãos de controle ambiental,
municipais e estadual, para estabelecer medidas de diminuição dos
riscos, por parte da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh),
como informou em nota.
Não
há um registro oficial com o número de pessoas atacadas por piranhas já
que, na maioria das vezes, os machucados são pequenos e as vítimas não
buscam atendimento médico.
“Tivemos
alguns casos mais graves onde a pessoa perdeu quase o dedo todo e os
moradores da comunidade de Barrocas relataram 16 mordidas num dia só,
ainda em janeiro”, contextualiza o morador de Iguatu Dauyzio Alves,
estudante de ciências biológicas pela Universidade Estadual do Ceará
(Uece).
Dauyzio
explica que a espécie está no processo de reprodução e sobem para a
área mais rasa dos açudes, onde ficam os banhistas. Além disso, alguns
pescadores descartam restos de peixes e o material atrai as piranhas.
“Os
ataques em fevereiro começaram com mais frequência no açude Trussu. Lá
tem algumas regiões onde estão acontecendo com mais frequência, teve um
fluxo maior do carnaval, quando teve 3 pessoas atacadas”, completa. A
situação foi avançando até que ficou "insuportável, quando alguém
entrava nia água levava mordida”.