Foto Fabiane de Paula |
Numa
caminhada ou no trânsito, o cearense vê pessoas em situação de rua como
uma cena cada vez mais frequente. Essa percepção, inclusive, está
registrada em dados: a quantidade de gente neste contexto passou de
1.541, em 2015, para 9.217, em 2022. Fortaleza tem a concentração
daqueles que não possuem um lugar para viver com 6.334 pessoas.
As
informações são do relatório "População em Situação de Rua", elaborado
pelo Governo Federal e publicado neste mês, após o Supremo Tribunal
Federal (STF) apontar a defasagem de dados sobre o assunto. Para isso,
foram consultadas bases de dados sociais e de saúde, como o Cadastro
Único.
Com
a análise, foi observado um aumento de 6 vezes no número de pessoas em
situação de rua no Estado, que tiveram as informações de perfil
detalhadas no relatório. A maioria, no Ceará, é formada por homens
(84,3%), de 30 a 49 anos (55,3%) e de cor parda (72,5%).
As 10 cidades com mais pessoas em situação de rua no Ceará
Fortaleza: 6.334
Caucaia: 547
Maracanaú: 393
Juazeiro do Norte: 262
Sobral: 190
Pacatuba: 172
Crato: 103
Maranguape: 99
Pacajus: 83
Russas: 58
Mas,
afinal, o que leva essas pessoas a "morar" na rua? O levantamento
destaca os problemas familiares como o principal motivo, tendo levado
4.574 para for a de casa. Na sequência, aparecem o desemprego (3.912), a
perda de moradia (2.851) e o uso de álcool/drogas (2.850).
Em
relação à origem dessas pessoas, 5.016 foram mapeadas vivendo no mesmo
município onde nasceram, 4.150 em cidades diferentes e 51 são de outros
países. Entre quem não possui moradia, há estrangeiros vindos,
principalmente, da Venezuela (18), Argentina (11), Colômbia (6) e
Uruguai (5).