Foto Fabiane de Paula/ SVM |
Após
mais de 540 milhões de doses aplicadas em quase três anos, o Brasil
vive em 2023 um período de transição na vacinação contra a covid-19, das
campanhas emergenciais para a imunização de rotina. A avaliação foi
feita na quarta-feira (20) pelo diretor do Programa Nacional de
Imunizações (PNI), Eder Gatti, na Jornada Nacional de Imunizações,
realizada pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), em
Florianópolis.
O
diretor disse que os municípios trabalham há praticamente três anos em
uma campanha de vacinação contra a covid, mas a mudança no cenário
epidemiológico da doença requer a incorporação dessa vacina no
calendário do programa.
Em
2023, o Ministério da Saúde estendeu a vacinação com doses de reforço
bivalentes para toda a população acima de 12 anos de idade. A adesão,
porém, foi baixa até mesmo para os grupos prioritários, considerados de
maior risco de agravamento da doença. Enquanto 516 milhões de doses de
vacinas monovalentes foram aplicadas no país, somente 28 milhões de
bivalentes foram administradas, sendo apenas 217 mil em adolescentes.
Para
2024, a proposta ainda em elaboração é a adoção de um calendário de
vacinação contra a covid-19 na rotina de crianças menores de 5 anos, e
doses de reforço periódicas ao menos uma vez por ano para grupos de
risco, como idosos, imunocomprometidos (pacientes com sistema
imunológico debilitado) e gestantes, seguindo orientação da Organização
Mundial da Saúde (OMS). Há ainda a possibilidade de inclusão de outros
grupos como profissionais de saúde e comunidades tradicionais.
"Vacinar
toda a população, como a gente vem fazendo, precisa ser revisado nesse
momento de transição em que nos encontramos. Fizemos reuniões técnicas e
tiramos diretrizes básicas que o Ministério da Saúde vai seguir em
discussões internas. Agora, o anúncio disso ainda depende de uma
discussão com a gestão tripartite [governo federal, estados e
municípios]", conta Gatti.