Foto: Reprodução
Em entrevista publicada nesse domingo (2) pelo jornal Folha de São Paulo, o senador cearense Cid Gomes (PDT) rebateu a acusação feita pelo irmão Ciro Gomes (PDT) de que o teria traído. Cid afirmou que não considera seu ato traição, já que teria avisado ao irmão mais velho que naquelas circunstâncias não iria se manifestar sobre os rumos da eleição estadual. Em 2022 viu-se o fim da aliança que existia no Ceará entre PDT e PT. A alinhamento das legendas vigorava há 16 anos.
“Não foi traição. Traição é algo que você faz e não avisa. Eu avisei que não me manifestaria sobre a eleição estadual. Agora Ciro fica aí falando de facada”, declarou Cid. A fala do senador lembra uma recente entrevista de Ciro ao portal Diário do Nordeste, em uma das respostas ele classificou a atitude de Cid como uma “facada nas costas”. Ciro ainda indicou que o rompimento que hoje vigora não ensaia nenhuma conciliação.
Na interpretação do ex-presidenciável, Cid optou de modo deliberado por agir em prol da manutenção da aliança com o PT e com o ex-governador Camilo Santana. Lembra-se que Ciro também vem tecendo fortes críticas ao ministro da Educação, a quem chamou recentemente de “sem escrúpulos”.
Ao comentar essas questões, Cid afirmou que tudo ele previa ocorreu no pleito de 2022. Disse, ainda, que o resultado eleitoral do PDT foi “uma grande derrota”. O senador justificou, também, o fato de não ter participado de uma agenda com o irmão candidato a presidente em Sobral, berço político do grupo. “Não fomos porque ele estava com Roberto Cláudio (candidato do PDT ao governo do Ceará em 2022). Eu e Ivo propusemos que Ciro fizesse uma agenda sem Roberto, mas ele não quis”, indicou o pedetista.
Atualmente Cid e Ciro também figuram em lados opostos no âmbito da estrutura partidária. Cid age abertamente para assumir a presidência do PDT Ceará. Por sua vez, Ciro tenta arregimentar forças para manter-se relevante no tabuleiro político. Apesar de não comentar publicamente, Ciro é favorável a manutenção do atual presidente da sigla no estado, o deputado estadual André Figueiredo (PDT).