A Seleção Brasileira manteve a invencibilidade nas
Eliminatórias ao empatar por 0 a 0 com a Argentina, nesta terça-feira,
em San Juan. Mais do que isso, passou no teste mais difícil até agora.
Contra um adversário bom tecnicamente, mas violento, o Brasil, sem
Neymar e com vários jogadores jovens, jogou com personalidade, não se
amedrontou. Fabinho, por exemplo, anulou Messi.
O Brasil já está classificado para a Copa do Catar. Tem 35 pontos em 13 partidas. A Argentina, com 29, está quase lá.
Sem Neymar, desfalque por causa de dores na coxa esquerda, Tite escalou
Vinícius Junior aberto pela esquerda, com Raphinha pela direita. Paquetá
ficou na articulação.
Insuflada pela torcida, a Argentina buscou tomar o controle do jogo, mas
o Brasil, bem posicionado, conseguiu segurar a pressão inicial. O time
da casa procurava construir jogadas pelo lado direito, mas não conseguia
penetrar e os cruzamentos paravam nas mãos de Alisson.
A seleção, por seu turno, jogava apenas pelo lado esquerdo, explorando
as bolas longas para Vinícius Junior e armava o contra-ataque. Conseguiu
um, o primeiro, aos 12 minutos, mas Fred, que puxou bem a jogada,
demorou para tocar para o atacante do Real Madrid, que depois se
atrapalhou com a bola.
O Brasil equilibrou a partida e teve boas chances. Vini Junior perdeu a
melhor delas, ao chutar torto na frente do goleiro. Pouco depois,
Matheus Cunha quase fez um golaço, ao tentar encobrir Martínez chutando
de antes do meio de campo. Errou por pouco.
AGRESSÃO
O defeito da seleção era não explorar Raphinha pelo lado direito, o
que passou a fazer a partir dos 25 minutos. O jogador do Leeds, sumido
até então, começou a aparecer. E esteve no lance que mostrou a covardia
do violento zagueiro Otamendi, que em uma disputa de bola deu uma
cotovelada no brasileiro, que sangrou bastante - no intervalo, precisou
levar cinco pontos no queixo.
Mais covardes que Otamendi só o juiz uruguaio Andrés Cunha, que nada
assinalou, e seu compatriota Esteban Ostojich, árbitro de vídeo, que
sequer o chamou para ver o lance que deveria ser punido com cartão
vermelho para o zagueiro. A pressão dos jogadores e da torcida argentina
falou mais alto.
Messi procurava puxar as jogadas da Argentina. Mas os lances pelo meio,
dele e de seus companheiros, não prosperavam, pois Fabinho e Fred
estavam muito bem na marcação e a zaga bastante segura. Ainda assim teve
boa chance com Lautaro Martínez e De Paul.
POUCA EMOÇÃO
O jogo continuou bastante disputado até o final, Messi teve boa chance aos 44 - Alisson pegou - mas o empate acabou ficando de bom tamanho para as duas equipes.
Paquetá e Fabinho levaram o segundo cartão amarelo e não jogam contra o Equador, dia 27 de janeiro de 2022, em Quito.