sexta-feira, 8 de outubro de 2021

No Dia do Nordestino, conheça cearenses que levam arte, ciência e cultura da Região para o mundo

Nordeste. Uma palavra, incontáveis significados. No dicionário tem por definição ser o “ponto do horizonte situado entre o norte e o leste”, na vida real, o nordeste brasileiro transborda a descrição geométrica. Região de ritmos e cultura. Povo criativo e resiliente por natureza. Local de sol e de luta. Local em que o suor vira arte. E essa arte transforma o Brasil.

Para celebrar a pluralidade dessa região, o Nordestino ganhou um dia inteiro para chamar de seu, 8 de outubro. A data foi escolhida durante as homenagens ao centenário do poeta popular Patativa do Assaré, um dos mais reconhecidos nordestinos Brasil afora. No entanto, tantos outros compõem essa rica história.

De tantos Zés, Marias, Joãos e Silvas, que ajudaram a desenvolver econômica e culturalmente este país, alguns nomes se destacam, como o artesão e mestre do couro, Espedito Seleiro, que por décadas ajuda a (e)levar o nome do Nordeste para todas as regiões do Brasil e até ao estrangeiro.

Foi numa sexta-feira, como a de hoje, que nasceu Espedito Velozo de Carvalho, no ano de 1939, em 29 de outubro, mês agora dedicado ao Nordestino. Era o destino surrando que a história daquele menino nascido em Arneiroz, mas que fez morada – e carreira – em Nova Olinda, no Cariri cearense, se confundiria com o Nordeste.

Do couro, Espedito, o Seleiro, fez arte. Das mãos talentosas do artesão a endumentalha dos vaqueiros ganhou cores, formas e vida. Assim como o nordestino, que ressignificou e transformou a imagem preconceituosa e míope que se tinha sob o Nordeste, Espedido, da pequena cidade Nova Olinda, deu um grito silencioso que pôde ser ouvido pelos quatro cantos do Brasil.

“Eu nunca pensei em ser famoso ou ser conhecido, mas queria continuar a tradição da minha família e queria ajudar a melhorar a vida dos meus, sabia que só através de muito trabalho eu conseguiria e foi isso que fiz. Da minha cidadezinha do interior eu trabalhei duro e acabei mostrando que o Nordeste tem muito valor”, considera.

No início de sua trajetória, quando da exportação das primeiras peças autorais, Espedido revela que as pessoas tinham um “olhar diferente para nós nordestinos”. Essa visão histórica passou a ser desconstruída a medida em que seu trabalho foi ganhando relevância nacional.

“Nunca tinha parado para pensar sobre isso [contribuição para quebra de paradigmas e preconceitos], mas hoje vejo que sim, ajudei um pouco a mudar esse pensamento. Quando vou para outros estados, as pessoas me recebem bem e assim passam a receber todos os nordestinos, é um avanço importante”, completa o artesão.

Com informações do Diário do Nordeste.