Após
nota de alerta da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) sobre a suspensão
da vacina contra Covid-19 do laboratório AstraZeneca, divulgada na
última sexta-feira (28), a atenção acerca das reações graves em
gestantes e puérperas foi intensificada. Até o momento, o Ceará não
registra casos suspeitos de Síndrome de Trombose com trombocitopenia em
decorrência dessa vacinação em gestantes, aponta Sesa.
Em
meio a esse cenário, as mulheres grávidas contempladas com o
recebimento da primeira dose do imunizante AstraZeneca/Oxford, no começo
de maio, relatam somente reações leves, como febre e dor de cabeça no
dia posterior à aplicação. No momento, o alívio pelo recebimento da
vacina se sobrepõe aos medos de complicações.
No
caso da publicitária Ana Luiza Ribeiro, 32 anos, a primeira dose foi
aplicada no dia 8 de maio, não apresentando nenhuma reação à vacina,
além da dor no braço pela vacina. Como o reforço está previsto para
agosto, mês de nascimento do bebê, seguirá a recomendação do Ministério
da Saúde de ser imunizada somente após 45 dias do parto.
Nunca
tive nenhum receio. Fora o isolamento social, sempre acreditei que a
vacina era a única opção que podia me proteger desse vírus, então estava
ansiosa para chegar a minha vez de ser imunizada. O processo foi bem
tranquilo e fiquei muito aliviada depois que tomei.
Ana Luiza Ribeiro
Gestante
Segundo
Ana, o sonho de ser mãe floresceu durante a pandemia, em que a reflexão
sobre a vida e a morte se tornou mais presente. “Ver tantas vidas indo
embora me fez refletir sobre como o nosso tempo é curto e temos que
aproveitar cada momento, então resolvemos tentar”
Infelizmente,
o casal perdeu a primeira gestação em outubro do ano passado. “Foram
tempos difíceis, mas logo em dezembro recebemos novamente um presente de
Deus, que foi o nosso Davi”, coloca. Com 7 meses de gestação, coloca
que o medo de viver a gravidez na pandemia tem sido compensado pelo
sonho de ver o filho saudável e imunizado.
Vacinação AstraZeneca
Conforme
a orientação da Anvisa, a vacina de Oxford deve ser seguida pelo
Programa Nacional de Imunização (PNI), com a aplicação realizada somente
depois de avaliação médica dos riscos e benefícios parao paciente.
A
Sesa recomenda a busca por atendimento médico caso gestantes e
puérperas apresentem reações mais intensas entre o 4º ao 28º dia após a
vacinação contra Covid-19 com imunizante da AstraZeneca/Oxford. Dentre
os sintomas listados estão:
Falta de ar;
Dor no peito
Inchaço na perna;
Dor abdominal persistente;
Sintomas neurológicos, como dor de cabeça persistente e de forte intensidade ou visão borrada;
Pequenas manchas avermelhadas na pele, além do local em que foi aplicada a vacina.
Além
disso, conforme uma pesquisa realizada pela Agência Coreana de Controle
e Prevenção de Doenças (KDCA), a vacina da AstraZeneca apresenta
eficácia de 86% na prevenção da infecção pelo menos duas semanas após a
administração da primeira dose, segundo dados da Agência Reuters.