A
primeira cheia do Rio Jaguaribe – afluente que corta as cidades de
Iguatu, Jucás e Saboeiro, na região Centro-Sul do Ceará – trouxe
esperança aos agricultores que esperam uma boa safra de grãos de plantio
de sequeiro.
No
campo, com as boas chuvas, agricultores de base familiar já iniciam o
plantio dos tradicionais grãos.O agricultor Luís Marciel, da localidade
de Alencar, em Iguatu, cultivou quase um hectare de milho e feijão. “A
gente estava preocupado, com a falta de chuva, mas agora começou a
melhorar”, comemora.
Já
o pequeno produtor rural, Miguel Ferreira, quer plantar dois hectares
de milho. Ele, no entanto, terá que esperar até que as condições estejam
adequadas. “Não cortei à terra antes e agora tenho que esperar secar um
pouco”, disse. Depois do preparo do solo, Ferreira vai fazer o plantio
do grão. “Já aluguei o trator e acho que em março vamos ter muita
chuva”, prevê.
Locomoção
Quem
mora nas áreas ribeirinhas do Rio Jaguaribe agora precisa fazer a
travessia de canoa e de balsas porque o volume de água não permite mais a
passagem de veículos.
Moradores
poderiam buscar estradas alternativas, mas preferem encurtar o trecho
em cerca de 12km na localidade de Gadelha, na zona rural de Iguatu. “Sai
mais econômico porque cada passagem a gente só paga dois reais”, diz o
vigia Carlos Santos,
O
transporte inclui passageiro, moto, bicicleta e mercadorias. Quem faz a
condução de barcos e balsas tem uma renda extra neste período do ano.
“A
gente aproveita e coloca a balsa no rio e faz muitas viagens ao longo
do dia, só indo e vindo, levando e trazendo pessoas e as compras que
elas fazem”, disse o barqueiro Bruno Alves.
Alerta
O
bonito cenário formado com a cheia do rio atrai pessoas para banho e
lazer, e pescadores.O aumento no número de pessoas às margens do Rio
Jaguaribe liga o alerta do Corpo de Bombeiros de Iguatu.
“As
pessoas precisam ter cuidado com a correnteza. Não se deve tomar banho
após ingerir bebida alcóolica e evitar ir para as áreas mais profundas”,
observou o tenente-coronel, Nijair Araújo, comandante do 4º Batalhão de
Bombeiros de Iguatu. Todos os anos, segundo ele, há registros de
afogamento com mortes.