O comprador foi o empresário e investidor Ron Burkle, 68 anos, dono de fortuna de 1,4 bilhão de dólares (R$ 7,2 bilhões). Amigo da família Jackson, ele atuou como consultor financeiro de Michael durante alguns anos. Apaixonado por arquitetura, o magnata é famoso por comprar propriedades conceituadas, como casas projetadas pelo lendário Frank Lloyd Wright. Burkle frequentava Neverland assim como MJ era visto nas festas da mansão do bilionário em Beverly Hills.
Comprar o rancho teria sido um favor a Katherine, 90 anos, matriarca do clã Jackson. Ela queria havia tempo se livrar dos quase 11 km² de terras onde seu filho mais famoso e problemático construiu um mundo paralelo inspirado na Terra do Nunca de Peter Pan. Neverland virou sinônimo de problemas e más lembranças.
As antigas acusações de que Michael levava meninos ao local para abusar sexualmente deles ganharam mais força e manchetes com o documentário Leaving Neverland (Deixando Neverland), lançado em 2019. O filme traz depoimentos devastadores de Wade Robson e James Safechuck. Ambos relataram ter sido violentados pelo ídolo pop em visitas ao rancho quando eram crianças. Os advogados de MJ negaram a veracidade das denúncias.
A aura mágica de Neverland, com seu parque de diversões, estação de trem e zoológico, ganhou contornos sombrios e decadentes.
O lugar onde o absorto Michael Jackson
se refugiava da realidade — e destino dos sonhos de qualquer fã do
artista — não atraiu interessados em revitalizá-lo. Está excessivamente
associado a uma imagem pejorativa.
Comprado em 1988, e reformado ao longo de anos, o rancho agora tem destino incerto. Ron Burkle gosta
de adquirir imóveis arruinados, reformar e vender por boa margem de
lucro. O empresário ainda não revelou o projeto para o ex-mundo
encantado de Michael Jackson. Enquanto isso, o diretor Dan Reed filma a sequência do documentário explosivo Leaving Neverland. A Terra do Nunca jamais voltará a ser a mesma.