O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o presidente
Jair Bolsonaro com relação ao uso da hidroxicloroquina. Diagnosticado
com Covid-19 há quase três semanas, o atual chefe do Executivo vem se
tratando com o medicamento, mesmo sem comprovação de eficácia científica
para o combate da doença. Bolsonaro também incentiva o uso da
cloroquina nos pacientes, e chegou a declarar que “tem conversado com
médicos renomados que dizem que, na sua experiência e observação, a
cloroquina tem dado certo”.
Em uma reunião do Diretório Nacional do PT, Lula chamou o presidente de
“charlatão” e pediu que os médicos do país se mobilizem contra a
aplicação do remédio. Para ele, as entidades ligadas à medicina não
deveriam assistir passivamente à situação. “Isso é um atentado á vida.
Isso é um convite à morte, porque não é possível um cara que ‘mal e
porcamente’ foi tenente do Exército e foi expulso, queira dar lições de
remédio à ciência do mundo inteiro, um remédio que ninguém acredita, mas
que ele acredita que é bom”, disse.
Lula minimizou as críticas que são dirigidas ao PT e afirmou que 90%
delas ocorrem pelas coisas boas que o partido fez, e não pelas ruins. O
petista disse, ainda, que a legenda está mais viva do que nunca, e
prometeu que o PT vai chegar forte para a disputa presidencial em 2022.
“E aqui aqueles que tem medo do PT saibam que estamos preparando para
voltar em 2022 a governar esse País, a começar por ganhar prefeituras
importantes.”
Apesar do otimismo do ex-presidente, uma pesquisa divulgada nesta
sexta-feira, 24, pelo Instituto Paraná Pesquisas mostrou que, num
hipotético segundo turno, Bolsonaro seria eleito em todos os cenários.
Diante de Fernando Haddad (PT), o presidente venceria por 46,6% contra
32%. Contra Lula, a vitória seria de 45,6% versus 36,4%.