A segunda
quinzena de maio continua com registros de chuvas no Ceará. Entre as 7
horas de sábado (23), e 7 horas deste domingo (24), a Fundação Cearense
de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) registrou chuva em mais de
90 municípios.
De acordo
com a Funceme, as dez maiores precipitações nas últimas 24 horas foram
observadas em Ererê (58mm), Canindé (42mm), Brejo Santo (36mm),
Granjeiro (35.2mm), Tejuçuoca, Pedra Branca e Lavras da Mangabeira, cada
um com (30mm), Quixeramobim (29mm), Ararendá (28mm) e Itapiúna
(27.4mm).
Até a
próxima terça-feira (26), a Funceme prevê predomínio de nebulosidade
variável com possibilidade de chuva em todas as regiões. “As chuvas
observadas nos últimos dias decorrem de áreas de instabilidade no Oceano
Atlântico e no setor Leste da região Nordeste”, explicou a gerente de
Meteorologia da Funceme, Meiry Sakamoto.
A Zona de
Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema que traz
precipitações para o Ceará durante a quadra chuvosa (fevereiro a maio),
mas desde o início do atual mês, afastou-se da costa cearense, deixando
de influenciar na ocorrência de chuva.
A média
histórica para este mês, o último da quadra chuvosa, é de apenas 90.6mm.
“É a menor da quadra chuvosa”, observa o meteorologista da Funceme,
Raul Fritz. Os dados parciais da Funceme indicam que até este domingo
(24) foram observados em média 73.3mm, ou seja, há um desvio negativo de
19.1%. Mas ainda faltam seis dias para o fim do período.
As últimas
chuvas que banham as áreas de produção no Ceará contribuem para
prolongar a oferta de pastagem nativa para o rebanho. Esse quadro atual
favorece também a produção de grãos de sequeiro – milho, feijão-de-corda
e sorgo granífero.
O produtor
rural, José Robério Machado, na localidade de Gameleira, zona rural de
Iguatu, frisou que as chuvas foram boas e que até trouxeram surpresas
para o setor agropecuário. “O inverno está bem melhor do que a gente
esperava”, pontuou. “Vai favorecer a produção de grãos e a criação de
gado leiteiro”.
Machado
lembrou que depois de oito anos seguidos de chuvas irregulares e fracas,
o quadro mudou de forma satisfatória. “É verdade que choveu bem no ano
passado, mas este ano está sendo bem melhor, pelo menos aqui na região
de Iguatu”, comparou.
O diretor
do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatu, Evanilson Saraiva, que
mora na bacia do açude Orós, na localidade de Barrocas, disse que as
chuvas neste ano foram muito favoráveis para recarga nos açudes e para a
produção de grãos de sequeiro. “Não há o que reclamar”, frisou. “A
maioria dos agricultores terá boa safra, no campo a plantação está
segura. Se não fosse essa pandemia do coronavírus, que nos traz medo e
preocupação, o clima era de muita alegria no sertão”.