No pior dia da pandemia do novo coronavírus no Brasil até o momento, o
presidente Jair Bolsonaro voltou a minimizar o crescente número de
mortes no país.
Na última terça-feira (28), o Brasil registrou mais 5.385 infecções pelo
Sars-CoV-2 e 474 óbitos, de acordo com o Ministério da Saúde. Com isso,
o país chegou a pelo menos 71.886 casos e 5.017 mortes na pandemia,
ultrapassando a China (4.637) em quantidade de falecimentos.
Já durante a noite, Bolsonaro foi questionado por uma jornalista na
portaria do Palácio da Alvorada sobre o fato de o Brasil ter superado os
óbitos já registrados na China. "E daí? Lamento.
Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", disse o presidente, citando o próprio sobrenome.
O Brasil teve na terça-feira o maior número de mortes confirmadas desde o
início da pandemia, com 474, e a segunda maior quantidade de casos
diários, atrás apenas de 25 de abril, quando haviam sido registrados
5.514 novos contágios - descartando as subnotificações, que são consenso
na comunidade científica.
Logo depois de ter dito "e daí?", Bolsonaro prestou solidariedade às
"famílias que perderam seus entes queridos", destacando que grande parte
dos mortos era de "pessoas idosas".
"Mas é a vida. Amanhã vou eu. Logicamente, a gente quer, se um dia
morrer, ter uma morte digna e deixar uma boa história para trás",
acrescentou.