O governador do Ceará Camilo Santana afirmou na
noite desta quarta-feira (4), em entrevista à GloboNews, que Cabo
Sabino, um dos líderes do motim dos policiais militares do estado, está foragido.
"Há uma disputa por espaço entre os próprios líderes políticos dentro
do movimento. Inclusive um deles, está com um mandado de prisão e está
foragido do Estado do Ceará. Estamos atrás dele e não conseguimos
encontrar", afirmou, referindo-se ao ex-deputado.
Camilo também disse que o motim dos PMs, que durou 13 dias, foi um
movimento motivado bem mais pelo lado político. "Eu enxergo esse motim
no Ceará muito mais político do que salarial. Porque salarial, nós já
tínhamos feito o acordo. Houve uma questão política muito forte dentro
do movimento", declarou. A paralisação chegou ao fim no último domingo (1º) após um acordo.
Em publicação no Diário Oficial do Estado do Ceará, Cabo Sabino foi
classificado como líder da manifestação. Conforme o decreto que afastou o
ex-deputado da polícia do Estado, Sabino fez as convocações para que os
policiais abandonassem o posto de trabalho.
Na noite em que os PMs decidiram terminar o movimento, Cabo Sabino
disse que a decisão dos agentes pelo fim do motim estava naquele momento
causando a sua própria demissão. "Vocês acabaram de assinar a minha
demissão", disse aos militares.
Parte dos policiais militares paralisou as atividades e ocupou
batalhões na capital cearense e em cidades do interior pelo período de
13 dias. Entre os pontos reivindicados pela categoria estavam anistia e
aumento salarial.
Desde o início do motim dos policiais, o número de homicídios no Ceará teve um forte aumento. O crescimento nas mortes violentas foi de 138% quando comparados os primeiros 25 dias do mês de fevereiro de 2019 e 2020.