O
vaqueiro José Pereira da Costa, conhecido com Zé do Valério, acusado de
estuprar e matar a tiros e pedradas uma universitária em Pedra Branca,
no interior do Ceará, será levado a júri popular. A sentença de
pronúncia (que leva o caso ao Tribunal do Júri) foi proferida nesta
quinta-feira (19) pela Comarca da cidade. O réu não poderá recorrer da
decisão em liberdade.
A
universitária Danielle Oliveira, de 20 anos, foi encontrada em um sítio
vizinho ao da sua família, na localidade de São Gonçalo, despida e com
um ferimento no olho esquerdo, no dia 25 de abril deste ano. A jovem
desapareceu na noite do dia 24. Zé do Valério havia trabalhado no sítio
da família, onde a universitária estava antes de sumir, prestando
serviços como vaqueiro e amansando animais.
De
acordo com denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), o vaqueiro
chamou a jovem para fora do sítio, apontou uma arma de fogo em direção a
ela querendo um beijo e um abraço. Após a jovem recusar, o criminoso
levou Danielle para um matagal, onde cometeu o crime. O laudo cadavérico
confirmou morte por traumatismo cranioencefálico com asfixia. O laudo
também apontou sinais de violência sexual.
A
denúncia do MPCE foi requerida pela promotoria, que pediu que Zé do
Valério fosse pronunciado e, posteriormente, condenado pelo Tribunal do
Júri por crime de homicídio por motivo torpe, meio cruel e com recurso
que dificultou a defesa da vítima. A promotoria também considerou
evidente se tratar de feminicídio, já que o assassinato foi praticado
mediante menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
A prisão
Zé do
Valério foi preso no dia 12 de julho deste ano em Buriti dos Montes, no
Piauí, após mais de dois meses de perseguição em áreas de mata de
cidades nordestinas.
Conforme
a Secretaria da Segurança Pública, o criminoso estava escondido em uma
região de mata. Policiais da Força Tática e do serviço reservado da
região de Crateús efetuaram a prisão, com apoio de um helicóptero da
Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer).
Ainda
segundo a polícia, Zé do Valério sobrevivia em mata por meio de caça.
Durante perseguição, em 21 de junho, ele chegou a trocar tiros com os
policiais e fugiu. Os agentes de segurança apreenderam panelas e o
material que ele usava para preparar comida.