domingo, 3 de novembro de 2019

Cearense trabalha cerca de 47 dias para pagar despesas fúnebres

Foto Natinho Rodrigues
A partida de alguém é sempre um momento difícil, principalmente quando não há planejamento para os custos demandados na ocasião, que costumam ser altos. Diante do valor médio cobrado por um funeral completo no Estado - cerca de R$ 2.550 - o cearense tem que destinar, em média, o salário 47 dias de trabalho para cobrir essas despesas.

A estimativa leva em consideração o rendimento mensal médio do trabalhador no Ceará no segundo trimestre do ano, que foi de R$ 1.614 de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A presidente do Sindicato das Empresas Funerárias do Estado do Ceará (Sefec), Mayra Grisólia, aponta que, no Ceará, um funeral completo pode custar de R$ 1.800, para os mais simples, até R$ 3.300, para os mais sofisticados, sem jazigo ou cremação inclusos. “Nesse valor de R$ 1.800 já está incluso a urna, o translado, ornamentação simples e a documentação. Os serviços mais básicos, mas cobrindo o necessário”, aponta.

Para garantir um jazigo em cemitério, Grisólia revela que é necessária mais a quantia média e R$ 4.800. Para quem optar por cremação, a despedida pode ficar um pouco mais em conta: R$ 2.900. “O valor de um funeral varia muito de acordo com os serviços contratados e da estrutura oferecida pela funerária, bem como tempo de duração do velório. Se houver contratação de outros serviços como cerimonial, pode custar mais caro”, explica.


Mercado

A presidente do Sefec avalia que os serviços funerários no Ceará têm evoluído muito. “As empresas estão se profissionalizando e oferecido novos serviços como a cremação e a tanatopraxia, além do serviço funerário tradicional. Outra evolução é o acompanhamento das famílias no processo de luto com a disponibilidade de psicólogos e grupos de apoio ao enlutado”, afirma.

Ela aponta que grande impacto da atividade na economia local diz respeito ao número de empregos. “É uma atividade que demanda muita mão de obra para ser realizada, em virtude de um atendimento em todos os dias do ano, desta forma, gera um grande número de empregos diretos”, lembra.

Grisólia ressalta que os cearenses já desenvolveram a consciência de destinar uma parte da renda para as despesas fúnebres. “O plano funerário é uma realidade no Estado, tanto na Capital quanto no Interior. Já existe uma cultura do cearense de incluir no seu orçamento o pagamento do plano funerário, o que faz com que não precise se preocupar com as despesas funerárias quando da ocorrência de um óbito na família”, acrescenta.

Sobre o volume de recursos destinados, ela aponta que o ticket médio não tem aumentado nos últimos anos por conta da crise econômica e que, historicamente, Fortaleza tem um dos menores valores de funerais dentre as capitais do Brasil. A presidente ainda afirma que as mensalidades dos planos funerários podem variar de R$ 30 a R$ 70 e podem chegar a R$ 100 se incluírem as despesas com cemitério.

Poupança

Quem optar por fazer uma reserva própria em vez de pagar o plano funerário não ficará com o orçamento apertado. Tendo como base o valor médio de R$ 2.550 para um funeral completo, guardando R$ 26,84 por mês durante dez anos é o suficiente para cobrir todos os gastos. Caso o tempo de poupança seja de 20 anos, o valor mensal cai para R$ 17,84. O cálculo, realizado pelo núcleo de dados do Sistema Verdes Mares, teve como base metodologia desenvolvida pelo site Bons Investimentos.

Dia de Finados

Mayra Grisólia, presidente do Sefec, destaca que o Dia de Finados é a principal da data para o setor e que o serviço mais procurado no período é o de floricultura. “Neste dia, as empresas do setor funerário procuram trabalhar o acolhimento das famílias. Nos cemitérios, há disponibilidade de serviços de acolhimento com músicos, psicólogos, distribuição de brindes, realização de missas, distribuição de rosas, ou seja, é montada toda uma estrutura para receber a visitação neste dia”, revela. 

Com informações do Diário do Nordeste.