Enfrentar o Flamengo talvez seja
a missão mais ingrata do futebol brasileiro em 2019. É um elenco
estrelado, entrosado e que atua com uma filosofia de jogo extremamente
ofensiva. Panorama exposto, a missão do Fortaleza, amanhã, é justamente frear o Rubro-Negro na Arena Castelão, às 20 horas, pela 26ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro.
A principal vantagem tricolor na situação está exposta na iminência
da semifinal da Libertadores, diante do Grêmio, desejo máximo dos
cariocas. Desta forma, o time do técnico português Jorge Jesus encara o
Leão sem os laterais Rafinha (lesão) e Filipe Luís (poupado); os meias Arrascaeta (poupado) e Everton Ribeiro (suspenso); além do atacante Bruno Henrique (suspenso).
Todas baixas titulares e ainda acrescidas dos desgastados Rodrigo
Caio e Gabriel Barbosa, que viajaram de Singapura, onde estavam
defendendo a Seleção Brasileira, direto para a capital cearense. O
cenário não muda, no entanto, o esquema tático 4-2-3-1, com o time
sofrendo apenas alterações nas peças, como as entradas de Vitinho e
Reinier.
Para a distinção técnica ser explorada com eficácia, o Fortaleza
precisa superar as ausências de Gabriel Dias e Wellington Paulista,
ambos fora por acúmulo de cartão amarelo. Rogério Ceni, advertido no revés para o Vasco, também acompanha o duelo direto da arquibancada.
As alternativas de reposição precisam mostrar valor, assim como o
sistema de quatro atacantes, 4-2-4, que não funcionou na rodada passada.
Em São Januário, no Rio de Janeiro, recebendo pressão na saída de bola,
o time cearense encerrou a partida com dois chutes a gol, cinco
amarelos, 8% de cruzamentos certos e 102 passes a menos que o
cruz-maltino e dono da casa.
"Pra mim, os desfalques mais importantes são os do Fortaleza. Estamos
preparados para jogar contra o Flamengo. Trataremos como a partida
contra a Chapecoense. Não podemos pensar em quantos pontos estamos da
zona. Temos que olhar partida por partida", ressaltou Quintero, que
retorna ao time.
A postura pouco reativa é receita atestada nas únicas derrotas
cariocas no Brasileirão: contra Internacional, Atlético/MG e Bahia. Em
todas as ocasiões, o Flamengo teve a posse de bola, adiantou as linhas
com, pelo menos, seis atletas no campo de ataque, mas foi surpreendido
por uma transição rápida, cedendo a marcação ao contra-ataque
adversário. Vale ressaltar que os extremos, desfalques contra o Leão,
são importantes para o time envolver os rivais, sempre com pontas
cortando para o meio, o que faz a equipe ser a 2ª em viradas de bola
(95) e a líder em assistências para finalização (246).
Assim, o Fortaleza ganha com as baixas porque diminuem o ímpeto do
último terço do campo - contra o melhor ataque (53) - e atrapalham na
construção das jogadas, que irão priorizar o volante Gerson como
armador.
Dúvidas
O Fortaleza aguarda atualizações sobre as condições físicas do
goleiro Felipe Alves, do zagueiro Jackson e do atacante Romarinho, que
podem ser novas baixas. O arqueiro se recupera de lesão e está em
transição, enquanto o defensor vai passar por novos exames para atestar o
grau da contusão na coxa esquerda. O último segue como dúvida por
desconforto muscular.