Os índices de rejeição e aprovação do Governo
Bolsonaro atingiram um empate técnico pela primeira vez em uma série de
seis pesquisas realizadas pela XP/Ipespe. Feita nos últimos dias 20 e
21, a pesquisa teve um salto de cinco pontos percentuais na avaliação
“ruim ou péssimo” em relação à primeira semana de maio, atingindo a
marca de 36%. Já as avaliações positivas registraram queda de um ponto
percentual, chegando a 34%.
De acordo com a metodologia da pesquisa, que
entrevistou 1000 eleitores de todas as regiões do País, os resultados
estão em uma margem de erro de 3,2 pontos percentuais (para cima ou para
baixo). Desde a primeira edição do levantamento, no dia 19 de janeiro,
houve um aumento de 16 pontos percentuais no índice de rejeição de
Bolsonaro e uma redução de 6 pontos percentuais nas avaliações
positivas.
A pesquisa ainda consultou os eleitores acerca da importância das manifestações do último dia 15, contra os cortes de verba na Educação: 57% responderam que os protestos tiveram importância, 38% que não tiveram importância e 5% não soube ou não responderam.
Ainda em relação a esse tema, 86% dos entrevistados
disseram que as manifestações provavelmente devem se repetir, 11% que
provavelmente não irão se repetir e 4% não souberam ou não responderam.
Já em relação à percepção das notícias sobre o governo
de Jair Bolsonaro, houve um salto de 11 pontos percentuais de pessoas
que acham a cobertura mais desfavorável ao governo, com índice de 56%;
24% consideraram nem favoráveis nem desfavoráveis; 14% consideraram mais
favoráveis e 7% não sabem ou não responderam.
Para 49% dos eleitores consultados, os maiores
responsáveis pela situação econômica atual do País são os governos de
Lula ou de Dilma Rousseff, ambos do Partido dos Trabalhadores (PT). 10%
apontaram que a responsabilidade é do próprio governo Bolsonaro; 14%
atribui ao governo de Michel Temer; 13% consideram a existência de
fatores externos e 15% não souberam ou não responderam.
Parlamentarismo
A consulta ainda avaliou a preferência dos eleitores
acerca do parlamentarismo: 70% afirmaram que o presidencialismo deve ser
mantido; 18% que deveria mudar para o parlamentarismo e 12% não
souberam ou não responderam.
Após o encontro de senadores para a criação de uma
agenda própria, na última quarta-feira, 22, auxiliares do presidente
Jair Bolsonaro consideraram que a simples menção da palavra
“parlamentarismo” cheirava “a golpe”. Em 1993, um plebiscito rejeitou o parlamentarismo no Brasil, mas, em todas as turbulências políticas, o tema volta à tona.